Uma mulher de 80 anos foi sentenciada a quatro anos de prisão na Turquia por tentar evitar que sua neta saísse à noite e por bater em seu braço com um chinelo.
Asiye Vural, de 18 anos, reside com sua avó Asiye Kaytan e tinha planos de sair com amigos. A avó se opôs e trancou a porta, afirmando que era uma medida para garantir a segurança da jovem.
O caso parecia resolvido até que Kaytan foi buscar seus chinelos, um par de pantufas confortáveis. Ao retornar, percebeu que Vural tentava abrir a porta e reagiu dando uma chinelada no braço da neta. Em resposta, Vural atingiu a cabeça da idosa com o celular, fazendo com que ela começasse a sangrar.
Kaytan foi levada ao hospital e recebeu alta logo após o atendimento. Ambas tiveram que prestar declarações sobre o ocorrido, momento em que a situação legal se complicou.
Elas se apresentaram à delegacia para relatar o ocorrido, mas não fizeram acusações uma contra a outra. No entanto, uma ação pública foi instaurada contra a idosa.
A acusação, elaborada pelo Ministério Público, afirma que Asiye Kaytan agrediu a neta com um chinelo, considerado uma arma, enquanto Vural se defendeu usando seu celular.
Além disso, o ato de trancar a porta e impedir a jovem de sair foi interpretado como “privação de liberdade”. Diante dessas infrações, a ação solicitou uma pena de até 14 anos de prisão.
O caso ocorreu em 9 de agosto de 2024, e no dia 25 de fevereiro deste ano saiu o veredito. O tribunal criminal condenou a idosa a dois anos e seis meses de prisão por “privar uma pessoa da liberdade por meio de uso de força, ameaça ou engano” e aumentou a pena para quatro anos e dois meses devido ao uso do chinelo como arma.
Fui ao tribunal e disse ao juiz que não queria que minha neta fosse punida. Ela não foi punida, mas eu peguei quatro anos e dois meses de prisão por causa do chinelo, que era considerado uma arma. Vou para a prisão depois de completar 80 anos? Como vou poder viver lá? declarou Asiye Kaytan ao jornal turco Sabah.
A neta Asiye Vural também defendeu sua avó. “Minha avó foi condenada à prisão por bater no meu braço com um chinelo e me impedir de sair de casa. Eu não queria que isso acontecesse. Não a denunciei, mas uma ação judicial pública foi movida”, afirmou.
A defesa da família já entrou com um recurso. Se a decisão do tribunal for mantida, Kaytan terá que cumprir pena na prisão.