Quando a gente era bebê e estava aprendendo a lidar com objetos, com a força do próprio corpo, queria bater e, não sei o que a sua mãe fazia, mas a minha segurava a minha mão e dizia um sonoro “Não!” para em seguida ensinar que eu deveria fazer carinho (disso eu não lembro, ela que me contava e contava para outras mulheres).
A vida segue e exercitar o amor não é tarefa fácil, assim como amar sem ser correspondido (além do amor romântico) ou ter de lidar com esses “tapas” inesperados de pessoas que talvez não tenham sido orientadas de que deveriam fazer carinho.
Aprendi me machucando frequentemente que o caminho do amor não é o mais fácil, aprendi que amar atualmente é atitude retrógrada, por que o que é o amor para o mundo? É esse bradar de vozes, são essas “falsas gentilezas”, são esses auto louvores e o silêncio parece não caber para este sentimento que muita gente não sabe para que serve.
As pessoas em sua maioria, amam aquilo que as outras fazem por elas e dificilmente amarão alguém simplesmente por amar.
Teria motivos para reverenciar o ódio, teria… O que me faz crer no amor é lembrar de tudo do que ele já me salvou. O amor já me salvou de calabouços, já me salvou de uma eternidade caindo em precipício, o amor me salvou de mim, quando eu queria definitivamente desistir.
Porque você não sabe o que isso significa para mim… Quem a gente ama e o que a gente ama nem sempre sabe do que a gente sente e como sente, porque é um exercício silencioso, é algo que não está exposto, não é clamado, não é lembrado a ninguém, não é obrigação de nada que seja amado, saber e me dever algo por isso, foi dado, deliberadamente.
O amor é o que me mantém viva, é o que me faz crer na vida, é o que me move a escrever, a plantar, a não esperar colher, é o que me faz esperançar.
O amor é o que me faz perder, até fracassar, mas não permite que eu morra na alma, por mais adversas que sejam as situações.
O amor é de verdade e existem muitos genéricos que o representam no mundo. Então o que é amor? O amor não é o amor, é um vestígio, é um sentido, não pode ser enxergado, só pode ser vivido dentro da alma. Ele não quer ser amor, só quer salvar.
Nunca desistirei do amor, o tempo corre e prefiro viver um segundo a mais por esse caminho torto a viver mais cem anos numa miséria de ódio e pequenez. O amor é esse que levanta o meu braço e diz “Não!”.