O Eterno Presente nas Nuvens, escrevendo literalmente dos céus…
Nada melhor que o ruído dos motores do avião, à 10 km de altura, para apreciar a beleza do infinito azul e o radiante sol e ao mesmo tempo essa beleza expressa o quanto somos “nada” diante da magnitude do universo.
A perfeição do céu, o seu infinito azul e as suas nuvens como algodão, me fazem lembrar o infinito e sempre eterno momento presente.
No universo o tempo não é contado. Não há relógios; tudo é regido por leis da física e matemática, nas suas mais brilhantes e complexas fórmulas. O passado e presente se encontram com o futuro. Se não tem tempo, então tudo é linear.
O professor do departamento de Astronomia da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) Antonio Kanaan explica que: “Atualmente as evidências da cosmologia observacional nos fazem crer que o Universo é plano, isto é, não tem curvatura.” Por não “se fechar” em uma esfera, por exemplo, toma-se isto como uma das provas para sua infinitude. É como se o Universo fosse uma folha de papel infinita em todas as direções.
Como o universo é linear, é aqui que nos encontramos. Não tem começo, meio ou fim. Tudo é no “presente”.
A filosofia grego-romana utiliza a palavra Kairós para definir o tempo de deus ou o eterno. É o tempo em potencial, tempo eterno e não linear ou contado, enquanto Chronos é a medida linear de um movimento ou período, é o tempo do relógio.
Não se pode tentar entender o infinito a partir de uma mente finita. Só pode entender o infinito se estiver acordado, ou consciente. Uma mente desperta lhe permite ver o linear.
Nesse universo onde a matemática rege todas as leis, o Criador nos deu a alma, que não tem nenhuma lei, tampouco é regida pela matemática. Contudo, ao mesmo tempo que a alma não é regida pela matemática, ela se conecta no infinito do Universo.
Como seria essa conexão?
O amor. Só ele pode conectar o intangível ao tangível do Universo matemático.
O amor que é uma força intangível capaz de acionar a matéria, ao sentir o amor seu corpo libera hormônios, acelera o coração, todas as sensações dão reações a matéria (corpo) e os sentidos são acionados e despertos.
Uma força não tangível acionando a matéria através da bioquímica.
O que é o amor?
Tentar desenhar ou explicar não é possível, porque é intangível e a única forma de encontrar o amor é sendo amado e amar a si mesmo.
É o segredo macro do Universo; o sopro de fôlego soprado pelo Criador no primeiro corpo-carne era a essência ou alma do ser, que é o amor (conforme a tradição judaico-cristã ou alegoria escrita desse evento, conforme entendimento de fé individual). O amor é a revelação do divino em cada ser e a prova da criação.
E o amor não é uma força tangível e medida e nem regida ou encontrada na matemática, mas é a única força que impulsiona a humanidade, pois sem ela não seríamos eternos, nem haveríamos começado. Certamente seríamos extintos pelo oposto: o ódio. A dualidade é outra lei que rege o Universo e veremos isso outra hora.
Consciência da morte
O Homem é o único ser eterno, porque ele tem consciência da própria morte ao contrário dos animais que não têm consciência da morte. Apesar do corpo humano de fato morrer, isso não pode ser percebido do ponto de vista próprio, mas apenas na perspectiva do luto.
A morte existe para os vivos que têm o funeral como uma despedida ou celebração do falecido, conforme a cultura. Na prática, o falecido não tem consciência da morte, afinal ele está na inércia e não tem consciência da morte ou vive a morte, apenas os que estão vivos percebem a morte do outro.
Se não sentimos a própria morte ou temos consciência da existência dela do ponto de vista próprio, isso confirma que o ser humano é o único ser imortal que está consciente da morte.
Essa percepção pode ser sentida se você tiver um olhar Buda ou olhar neutro, no qual olha para morte com a consciência do eterno presente ou o momento “agora”. Se você estiver vivendo o momento presente, então a morte não existe porque ela é um elemento retroalimentado pelo ego.
Viva o presente e desfruta da eternidade da vida na percepção da consciência. Ser feliz é “viver” e não esperar por uma nova vida.