Nessa semana tive o prazer de conversar sobre alguns projetos pessoais com um conhecido de longa data. Quando digo prazer, é para não contrariar a frase do título acima.
Bem, nessa conversa que tivemos, pude ver o quão desprezível se torna aos seus olhos, uma pessoa que não tem seus projetos elaborados, pois segundo ele, cada um já nasce com pré-disposição ao sucesso ou ao fracasso. Entendi que a nossa conversa não me traria algo produtivo, então tratei logo de encerrar o assunto. Eu tinha apenas sugerido que agregasse o seu projeto ao meu, para que fosse incrementado.
O que dá para perceber nos dias atuais, é que o ser humano anda muito “cheio de si”, muito orgulhoso, isso o impede de amar ao próximo. Porque para o orgulhoso o que importa é: “eu, eu e eu mesmo”. O orgulho tem sua definição como: sentimento de prazer, de grande satisfação com o próprio valor, com a própria honra. O orgulhoso se vê acima de tudo, como um ser supremo, inigualável. O que ele não percebe é que isso lhe deixa cego, porque o orgulho pode lhe privar de muitas coisas, até mesmo do amor. Por outro lado, a humildade aproxima-nos cada vez mais das pessoas, porque nos mostra a humanidade dentro de cada um.
Muitas vezes nos orgulhamos por algum feito, que com certeza, teve a participação de outras pessoas, mas queremos que as conquistas sejam apenas nossas e não queremos dar crédito para todas as pessoas que nos auxiliaram naquilo que conseguimos, ou não damos tanta importância a isso e acabamos, muitas vezes, matando o sonho de alguém, mesmo porque, ninguém consegue fazer nada sozinho.
Mas o orgulho nos isola e nos corrói por dentro, nos fecha para o amor. E, com isso, alimentamos ainda mais nosso orgulho interno, o nosso ego. Afinal, queremos nos proteger de pessoas que querem, eventualmente, “tomar o que é nosso”. Acontece que nesse caso, somos “vencidos” em algum momento de nossas vidas, porque não se pode competir em alguma modalidade sozinho.
A humildade, por outro lado, nos coloca num patamar diferenciado, abre-nos para um ponto de vista amplo, nos faz receptivos e nos protege a ponto de não permitir que sejamos inflados pelo orgulho de “achar que sabe tudo e que pode tudo”. Há uma tese de que “todos os grandes gênios tiveram de ser humildes para manterem-se incertos de suas próprias teorias, pois desta forma poderiam complementá-las e melhorá-las.”
O que nos torna sábios é justamente a humildade. Porque passamos a valorizar as virtudes de um ser humano imperfeito, no qual sabemos que existem muitas questões a serem trabalhadas. O que realmente faz com que nos preocupemos mais com a melhoria do mundo do que com as nossas próprias realizações.
Pouco antes da sua queda, o coração do homem se enche de arrogância; a humildade, contudo, antecede a honra! (Pv 18,12)
Podemos nos realizar também, reconhecendo que outras pessoas trabalharam para que possamos, muitas vezes, levar o crédito, e vice-versa. Assim, estaremos sendo humildes e não orgulhosos. Passamos a nos enxergar como um coautor e não como o criador de todas as coisas. Ai então, passamos a viver com compreensão e harmonia, numa perspectiva de vida diferenciada.
Pensem nisso!
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