O publicitário Paulo Pelegrino, de 61 anos, expressou sua surpresa ao ver as imagens de um exame que mostrava a remissão completa de um câncer que ele enfrentava há 13 anos. Recentemente, ele passou por um tratamento chamado CAR-T Cell, que combate a doença utilizando células de defesa do próprio paciente modificadas em laboratório.
“Primeiro fiquei impressionado com a imagem. Segundo, fiquei duplamente impressionado porque foi a primeira vez que eu tinha visto o Pet Scan [tomografia feita com um contraste especial] do meu corpo tomado pelo linfoma. Foi a primeira vez que eu tinha visto aquilo”, afirmou em entrevista ao jornal Hoje, da TV Globo. As imagens dos exames foram tiradas com apenas 30 dias de diferença (veja as imagens abaixo).
Segundo a reportagem, Pelegrino estava próximo de receber cuidados paliativos, mas em abril deste ano ele foi submetido ao tratamento com CAR-T Cell. O publicitário lutava contra a doença há 13 anos, começando com um câncer de próstata que foi tratado e resultou na remoção do órgão. No entanto, em 2018, vários linfomas começaram a surgir em seu corpo e nenhum tratamento apresentava resultados satisfatórios.
O procedimento CAR-T Cell em Pelegrino foi realizado no Hospital das Clínicas de São Paulo. Ele recebeu alta no último domingo, dia 28, sem nenhum tumor ativo. Além dele, outros 14 pacientes já foram tratados com essa terapia e todos tiveram pelo menos 60% de remissão dos tumores.
“É uma sensação de vitória. Por ele, por saber que ele já não tinha outras opções, e pela gente, porque é todo um envolvimento de vários cientistas, de vários anos. Essa imagem [atual do exame] é uma imagem de alegria e emoção”, afirmou Vanderson Rocha, médico e professor de hematologia da Universidade de São Paulo (USP), responsável pelo caso do publicitário.
- Bem-Estar e Saúde: Farelo de aveia: 9 benefícios, contraindicações e receitas
Considerado um tratamento revolucionário, o CAR-T Cell começou a ser utilizado em 2012 nos Estados Unidos. A terapia foi adotada pela USP em parceria com o Instituto Butantan e o Hemocentro de Ribeirão Preto. Até o momento, o tratamento tem se mostrado eficaz contra três tipos de câncer: leucemia linfoblástica B, linfoma não Hodgkin de células B e mieloma múltiplo (ainda não disponível no Brasil). Agora, os pesquisadores pretendem iniciar os estudos clínicos após a aprovação da Anvisa e buscar a inclusão desse método no Sistema Único de Saúde (SUS).
*Nota: As informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.