Descobri que para uma escritora, pelo menos para mim, “certas pessoas” aparecem em nossas vidas com um único intuito, nos prover de mais palavras.
De palavras que não ousaria escrever se não tivesse motivo.
Palavras que se tornam vivas quando nos deparamos com essas “pessoas”.
Não falo de qualquer pessoa. Refiro-me aquelas que inconscientemente carregam consigo um dicionário repleto de novas palavras que terão significados só para mim. Como se estivessem codificadas para serem reveladas ao nosso primeiro encontro.
Poderia chamar essas pessoas de mensageiras, mas são muito mais que isso.
São pessoas “estocadas” com definições exclusivas que me fazem expressar através de palavras imantadas com alto teor emocional textos cujo o conteúdo nunca será um mero acaso. Palavras que me intuem a escrever ininterruptamente textualizando todo o meu sentir. Palavras que se apoderam do meu pensar.
Algumas pessoas que “encontrei” foram passageiras. Como se estivéssemos num mesmo trem, assentadas uma ao lado da outra, conversando sobre a vida, amores, sonhos e outras coisas mais. E nesse diálogo que parecia informal surgia os mais variados insights que enriqueceram meu modo de expressar.
Pessoas que duram uma pequena viagem, mas com dimensões emocionais intensas e eternas. Como se o pegar do mesmo trem já tivesse um propósito divino, algo que de uma maneira ou de outra precisaria acontecer, mesmo que seja por um período breve, não importa, fizeram seu papel ao me “entregarem” o que nem mesmo elas sabiam o que estavam fazendo.
Para elas era como um piscar de olhos. Um ato involuntário que precisa ser feito para não deixar os olhos secarem. Mal sabiam, que este “ato” encheria os meus olhos de água.
Existem também pessoas que são como bússolas, “indicam” o que escrever durante minha jornada. Essas estão comigo já algum tempo. E sem saberem da importância que têm em minha vida, continuam me presenteando com palavras que quando escrevo, sei que o motivo foram elas. Pessoas que não fazem ideia, ou até fazem, de que meus livros foram escritos para elas. Pessoas que dão sentido às palavras. Pessoas que me credenciaram como, escritora.
Pessoas passageiras ou não, mas que de alguma forma fizeram com que escrevesse uma linha, uma frase, 50 parágrafos, um livro cujo personagens eram eu e elas.
Ah! Essas pessoas que merecem toda minha gratidão de modo especial.
E a forma que encontrei para agradecê-las foi imortalizá-las em meus textos para que a eternidade em sua sabedoria divina saiba que “aquelas” palavras não são somente palavras, mas o modo de estarmos juntas para sempre.