Sei que essa é, definitivamente, a era da informação e da comunicação. Isso é inegável. A todo momento recebo notícias, postagens e compartilhamentos dos mais variados: desde um cachorro que dança arrocha (tá, ás vezes isso até distrai…), passando pelas musas fitness e seus antes e depois chegando ao “Grand finale” da publicação de uma simples caminhada de uma celebridade pelo calçadão de Ipanema…
Confesso que a grande maioria dessa “valiosas informações” não me chamam a atenção e normalmente as ignoro, mas sei que por algum momento meu cérebro processou essas mensagens, mesmo que eu não tenha solicitado que isso acontecesse.
Isso por si só não seria ruim, se eu já não tivesse sido bombardeada com mais uma centena de outras tantas informações e, que na grande maioria, são contrárias entre si; cada um diz uma coisa, gritam mais alto que o outro ou, simplesmente, ofendem e denigrem o que lhe é oposto.
Seja um simples post sobre alimentação ou um artigo sobre uma doença, já é o gatilho suficiente para desencadear ideias, opiniões e, a partir daí confusões das mais variadas.
Claro que todos temos direito a dar opiniões, esclarecer nossos pontos de vistas, mas, o que me parece, é que o que está em exposição não é o esclarecimento de divergências; é pura e simplesmente impor a Sua Verdade e, como o outro diz diferente, o resultado só pode ser Mentira!
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Mas qual é o problema disso? O problema é que fico no meio desse tufão de ideias, debates, notícias e comentários… chega a um ponto que começo até a duvidar se eu existo mesmo, se não sou outra pessoa e se a cor dos meus olhos é realmente aquilo que vejo quando estou diante do espelho. São tantas teorias e hipóteses que, ás vezes, determino a mim mesma que não darei atenção a nenhuma, pois, afinal, não sei qual é a verídica, qual é a mais correta.
Sentada à frente do computador, paro e fico olhando para o nada tentando inutilmente compreender todo aquele emaranhado de informações e onde me encaixo naquilo tudo… Aí das duas, uma: ou me sinto uma “divergente” sem rumo e sem orientação (principalmente no que diz respeito ao mundo fitness e do glamour), ou até me sinto inserida, mas não muito convicta de que isso seria bom (o grupo dos meio sedentários, por exemplo) o que me causa uma certa frustração que fica martelando em minha mente por um certo período.
Por mais que eu não alimente essas frustrações momentâneas, essas incomodações atrapalham minha produtividade que fica sobrecarrega de coisas inúteis, ocupando espaços que seriam muito mais bem preenchidos com assuntos e questões que nutrissem aquilo que para mim é importante; não digo que seriam música clássica ou arte barroca, mas aqueles temas que seriam relevantes para meu dia a dia, minha família, ou apenas para o meu humor.
Por isso, de vez em quando, desligo os aparelhos com a pretensão de pensar sozinha sem interferências nem “sugestões impostas”. Escuto o que vem de dentro, não de uma tela, mas de minhas reais conclusões e necessidades. Muitas vezes, percebo que tudo que preciso é apenas silenciar, refletir e não chegar a conclusão alguma. Em outras situações, fico perplexa com a maneira que me percebo e concluo que preciso me analisar cada vez mais…
Assim, nesse carrossel entre informação e sanidade, o melhor que posso fazer é me desligar vez ou outra e, quando a sanidade me deixar demasiadamente séria e meio entediada, posso então assistir a algum debate sobre glúten ou lactose ou, melhor ainda, a um vídeo de algum cachorro dançando arrocha…
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Daiene Soares