Porque somos energia, fazemos parte de uma Consciência Coletiva, cujo propósito é expandir. Somos expansão contínua, porque o Universo não para de se expandir.
“Eu sou.” – A que é que esta frase nos remete? Normalmente pensamos ou dizemos seguida de algum adjetivo, ou alguma posição com a qual nos identificamos, e imediatamente a nossa existência passa a ser associada com algo material.
Como se ser se limitasse simplesmente àquele conceito ou posição, e nada mais.
Se virmos a frase simplesmente como “eu sou”, parece que ela está incompleta. Porquê? Porque nos habituamos a ver-nos como uma forma, um corpo, uma posição social – em vez de como um espírito.
Porque parece mais confortável achar que nascemos e crescemos para nos tornarmos numa coisa, numa identidade específica e que seremos apenas isso para o resto da vida. Parece mais fácil pensar assim do que admitir que temos várias vidas e que mesmo numa vida podemos passar por várias coisas e identidades. Nada é definitivo!
Às vezes parece demasiado absurdo pensar no conceito de existência, de onde viemos, e do facto de que vimos do nada.
Pensar profundamente sobre isto leva a frustração, confusão e uma sensação de que a nossa vida não faz sentido. Por isso, achamos mais pertinente separar-nos do Todo, para ter a ilusão de que pertencemos a algo em particular. O espírito não se encaixa em rótulo algum, em preconceitos, em nomes. Aliás, o próprio conceito de espírito é abstrato, eternamente desconhecido. Tentar conceber o que é o espírito é mais uma mentira que nos contamos a nós mesmos.
Sempre soubemos que a Felicidade vem dos momentos mais simples. Ah, quão maravilhoso é quando ela vem, sem aviso, nas alturas menos esperadas e com a menor quantidade de distrações.
É por isso mesmo que ela vem: pela ausência de distrações. A maior parte das distrações obstruem a Felicidade, porque não passam de ilusões criadas para nos dizer o que é que nos faz felizes. Mas isso é mentira, porque nós não precisamos de nada externo para sermos felizes! Um carro, uma casa, um emprego, um parceiro, o fim de semana, as férias, o aumento – nada disso nos faz felizes!
A própria existência é a Felicidade – porque somos energia, fazemos parte de uma Consciência Coletiva, cujo propósito é expandir.
Somos expansão contínua, porque o Universo não para de se expandir. E o nosso conceito de identidade própria é simplesmente o Universo a ter consciência dele mesmo, e a dividir-se. Mas a divisão não impede que todos sejamos um.
Parece complicado, mas tudo faz sentido de uma forma inexplicável. É preciso somente sentir, deixarmo-nos existir.
A existência não precisa de ser merecida, não requer testes nem aprovações de uma entidade superior. Nós somos apenas uma entidade, e cada um cria a sua realidade com base no merecimento que acha que tem – mas esquecemo-nos de que nascemos merecedores de tudo o que queremos, porque tudo leva ao nosso propósito final, a expansão.
Por isso, para quê criar obstáculos? Todos os problemas são criados por nós a partir da perspectiva de que não somos merecedores. É mais uma mentira, uma ilusão de que somos separados: dos outros, do Mundo, do Universo. Quando tudo continua a ser Um.
Não importa a tua história de vida. Tu não és a tua história de vida. Não importa a tua idade. Tu és eterno. Não importa onde estás agora. Tu não tens forma, por isso estás em todo o lado e ao mesmo tempo em lado nenhum.
Tu simplesmente és.
Treina o “eu sou”. Eu sou o que sou, porque sim, porque existo. Não importa como, não importa quando, nem de onde. Eu sou parte do Todo.
Nos momentos em que sentes a pureza da tua existência, entendes que não é preciso explicações. Não é preciso saber sobre vidas passadas, karma, o porquê do que te aconteceu no passado, ou se Deus existe ou não. Entende que tudo faz parte do Eu Sou, e o que quer que aconteça é uma razão para a expansão do Universo e da Consciência.
Na meditação, por exemplo, estás livre de distrações. Porque é que te sentes tão vivo, tão completo? Porque finalmente estás a permitir-te existires, sem exigires nada mais de ti. Não te identificas com nada, deixas ir pensamentos desnecessários, e simplesmente estás presente.
A presença pura acontece quando ignoramos as ilusões do que é ser feliz. Quando deixamos de exigir que este momento seja outro, e aceitá-lo como ele é, com todos os detalhes. Não existe bom ou mau, certo ou errado. As coisas simplesmente são.
Podemos parar de tentar mudar as coisas e simplesmente aceitá-las, não porque desistimos da vida, mas porque decidimos abraçá-la! Abraçar a existência passa por deixar as coisas ser, mesmo se isso for visto pelos outros como apatia.
O que desejamos simplesmente vem se deixarmos, por isso de nada adianta tentar eliminar certas coisas do nosso caminho só porque não nos identificamos com elas: tudo passa, e tudo faz parte do Todo. Por isso, ao deixar ir, abres caminho para o que tem de ser. Já viveste o contraste e a perspectiva da separação, agora está na hora de te reconectares e veres através da perspectiva da Fonte, e que cada detalhe é uma dádiva.