Um conselho poderoso para lidar com as crianças dentro de casa!
Os filhos chegam “crus” ao mundo, sem saber como se comportar, estabelecer relacionamentos e tratar as demais pessoas, cabendo aos pais e responsáveis a missão de torná-los seres humanos de valor e bom caráter, e quem disse que isso é algo fácil está mentindo.
Na realidade, a educação dos filhos é uma das missões mais complicadas para qualquer um, porque exige esforço, paciência e responsabilidade diárias. Temos os nossos limites testados o tempo inteiro e precisamos ensinar não apenas por palavras, mas por exemplo, o que obrigatoriamente nos força a ser pessoas melhores.
Nos momentos difíceis, quando eles estão na fase das manhas, desobediências e “topete alto”, pode ser muito fácil adotarmos uma postura agressiva, punindo qualquer uma de suas ações fora da linha com tapas ou outros tipos de agressão.
Mas será que essa é a melhor forma de agir? Será que sempre precisamos corrigir nossos filhos de forma agressiva? Não há nenhum outro método que mostre a nossa autoridade sem precisar fazer com que eles se sintam tão “ameaçados”?
Leo Fraiman, psicoterapeuta, especialista em psicologia educacional, é um profissional de muita sabedoria, que está sempre orientando pais e responsáveis a respeito da educação das crianças e da condução dessas relações, primando sempre por um ambiente familiar saudável.
Em uma entrevista ao programa Todo Seu, Fraiman falou um pouco sobre como a agressividade pode ser complicada no relacionamento de pais e filhos e qual a melhor estratégia para resolver os problemas.
Introduzindo o assunto, Fraiman disse que, em todos os seus anos de trabalho, nunca viu um homem ou mulher dizer que buscaram ajuda porque tomaram “uns cascudos” da mãe ou porque seus pais lhe “torceram” a orelha quando foram malcriados.
Segundo pontua, quem nunca teve vontade de dar uma palmada ou puxar a orelha da criança estará mentindo, mas adiciona que certos tipos de agressão “desgraçam”, especialmente as agressões físicas.
Oferecendo um conselho aos pais, o psicoterapeuta disse que, quando perceber que as crianças estão passando dos limites, ao invés de recorrer a tapas, eles devem segurá-las nos dois ombros, olhá-las com firmeza e dizer: “Chega, acabou, você vai já para o quarto!”
Essa atitude, que é uma ação física de contenção, com a finalidade de estabelecer limites, coloca ordem na casa, mostra para a criança quem realmente dá ordens, mas não a coloca numa situação de vítima de agressão.
Fraiman continua o seu raciocínio. Segundo ele, não há necessidade de a “mão voar” em todos os momentos, acrescentando que, se os pais sempre resolvem os problemas com os filhos usando de violência física, é grande a chance de os filhos também agredi-los aos 10 ou 11 anos, o que é uma verdadeira tragédia familiar.
O psicoterapeuta relatou já ter visto diversas situações como essa, em que os filhos batem nos pais porque cresceram aprendendo que, diante do limite, não há regras.
Esse é um ponto de reflexão muito interessante. Embora a violência tenha sido ensinada para muitos de nós como a melhor maneira de “domar” uma criança, ela muitas vezes pode complicar ainda mais a realidade das famílias, sendo uma solução momentânea para uma questão muito séria.
Todos os pais desejam oferecer a melhor educação possível aos filhos, e para isso precisam ser capazes de analisar as próprias atitudes e ver o que podem corrigir, lembrando-se sempre que são os maiores exemplos dos pequenos, para o bem ou para o mal.