Em meio a tantas pessoas, te observo dentro desse ônibus. Seus olhos estão atentos, presos a um livro. O que você está lendo? É romance? Terror? Suspense? O que tanto te prende, menina?
Você usa fones, seus ouvidos estão conectados a uma melodia, o que você gosta de ouvir? Samba? Bossa Nova? MPB?
Quem é você, menina?
Além de ler e ouvir música, quais são seus Hobbys favoritos? Que tipo de lugar costuma frequentar? Shopping? Praia? Parque? Ou prefere locais mais agitados? Talvez Baladas? Barzinhos?
Confesso a mim mesmo que te achei interessante.
E esse perfume tão doce? É impossível passar despercebido. Estou sentado do seu lado, senti um cheirinho tão bom.
Ora, mas quem é você, menina? Você sempre pega esse ônibus? Porque nunca te vi? Será que amanhã você volta?
No três falo contigo. Um, dois, dois e meio, três. Ai, não consigo.
E se você me achar um maluco? Um psicopata?
Ah menina, garanto que não sou um doido. É apenas vontade de saber quem você é.
Qual é seu nome? Prazer maior seria te conhecer. E o seu signo? Será que tem a ver com o meu?
Que curioso! Justo eu, aquele que nunca botou fé em signos.
Amor à primeira vista? Será que isso existe? Eu não sei, talvez.
Enquanto me questiono, procuro arrumar coragem de ir falar com você.
Ah quem é você, menina?
Você desceu, te segui. Morena, alta, cabelos soltos ao vento. Vem cá, deixa eu te conhecer.
Fiquei sem coragem de falar um “Oi”. Você estava tão concentrada em meio a páginas e melodias, fiquei com medo de te interromper. Optei por ficar ali parado, te observando.
Como de costume, amanhã pegarei o mesmo ônibus. Quem sabe o medo dê lugar a coragem! Pelo menos quando isso acontecer, já terei o que perguntar.
Quem é você, menina?