Mark Zuckerberg, então estudante de ciência da computação em Harvard, colaborou com seus colegas, entre eles o brasileiro Eduardo Saverin, Dustin Moskovitz e Chris Hughes para conceber o Facebook.
A surpreendente origem da ideia por trás da plataforma, agora a rede social mais popular do mundo, remonta a uma tentativa malsucedida de criar uma plataforma na qual os usuários da Internet pudessem avaliar as fotos uns dos outros.
Origem do Facebook: os primórdios
Em 2003, Mark Zuckerberg, então um estudante do segundo ano em Harvard, desenvolveu o software para um site denominado Facemash.
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Demonstrando uma utilização questionável de suas habilidades em ciência da computação, ele invadiu a rede de segurança de Harvard, copiando imagens de identificação de estudantes usadas pelos dormitórios para preencher seu novo site.
Os visitantes do Facemash podiam comparar duas fotos de estudantes lado a lado, decidindo quem era considerado “atraente” e quem “não era”.
O Facemash foi lançado em 28 de outubro de 2003, mas fechou alguns dias depois, após intervenção dos executivos de Harvard.
Conforme a ideia foi expandindo, Zuckerberg recebeu não só o apoio, como também a quantia de US$ 1 mil como capital inicial, do brasileiro e então estudante de economia Eduardo Saverin.Posteriormente, Zuckerberg enfrentou sérias acusações, incluindo violação de segurança, violação de direitos autorais e violação da privacidade individual. Apesar da possibilidade de expulsão de Harvard, todas as acusações foram, eventualmente, retiradas.
TheFacebook: aplicativo para os estudantes de Harvard
Em 4 de fevereiro de 2004, Mark Zuckerberg lançou um novo site que ganhou o nome de TheFacebook. O nome foi inspirado nos diretórios distribuídos aos estudantes universitários para facilitar a interação entre eles.
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Seis dias após o lançamento, Zuckerberg enfrentou controvérsias quando os alunos de último ano de Harvard, Cameron Winklevoss, Tyler Winklevoss e Divya Narendra, o acusaram de roubar suas ideias para um suposto site de rede social chamado HarvardConnection.
Embora os alunos tenham entrado com uma ação judicial contra Zuckerberg, o assunto foi resolvido fora dos tribunais.
Em um mês de operação, o então site já era conhecido e acessado por mais da metade dos estudantes de Harvard, que possuíam perfis no TheFacebook.
Inicialmente, a adesão ao site foi restrita aos estudantes de Harvard. Com o tempo, Zuckerberg recrutou colegas para auxiliar no desenvolvimento do site, com funções específicas.
Eduardo Saverin, por exemplo, trabalhou na área comercial, enquanto Dustin Moskovitz foi contratado como programador. Andrew McCollum atuou como artista gráfico do site, e Chris Hughes tornou-se o porta-voz não oficial. Juntos, expandiram o alcance do site para outras universidades e faculdades.
Tanto Chris Highes e Andrew McCollum também foram investidores e terminaram recebendo o status de fundadores posteriormente.
Entrada de um investidor anjo e mudança de nome
Em 2004, Sean Parker, fundador do Napster e investidor anjo, assumiu a presidência do Facebook.
Nesse mesmo ano, a empresa alterou o nome do site de TheFacebook para simplesmente Facebook, após adquirir o domínio facebook.com por US$ 200.000. Parker também mudou a sede para a Califórnia. Somente Saverin preferiu ficar e terminar seus estudos em Economia e administrar remotamente a rede social que começava a ser reconhecida.
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Tempos depois, o brasileiro acabou saindo, devido a uma série de desentendimentos com Zuckerberg. Sua saída acabou provocando também a remoção do status de fundador. Devido a isso, muitos acreditam que Zuckerberg fundou sozinho o Facebook.
Em 2005, a empresa de capital de risco Accel Partners investiu expressivos US$ 12,7 milhões, possibilitando a criação de uma versão da rede social para estudantes do ensino médio. Essa expansão continuou, incluindo a integração de funcionários de empresas.
Em setembro de 2006, o Facebook anunciou uma abertura mais ampla, permitindo que qualquer pessoa com pelo menos 13 anos e um endereço de e-mail válido participasse da plataforma.
Em 2008, o Facebook acabou ultrapassando o MySpace, como site de mídias sociais mais visitado. Foi também nesse ano que a rede social se tornou uma ferramenta poderosíssima para movimentos políticos.
Somente nas eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2008 foram criados mais de 1000 grupos na plataforma em apoio ao então candidato democrata Barack Obama. Já na Colômbia, o Facebook foi usado para reunir milhares de pessoas em protestos contra a rebelião guerrilheira antigovernamental, FARC.
Enquanto no Egito, inúmeros ativistas passaram a protestar contra o governo do então presidente Hosni Mubarak durante a revolta de 2011. Os egípcios usavam os grupos do Facebook para coordenar as ações.
Até 2009, o Facebook foi a rede social mais utilizada no mundo, conforme relatado pelo site de análise Compete.com.
Embora as ações e o sucesso financeiro tenham transformado Zuckerberg no multibilionário mais jovem do mundo, ele também demonstrou um compromisso significativo com a filantropia.
Em 2010, ele se juntou a outros empresários ricos ao assinar o compromisso de doar pelo menos metade de sua fortuna para instituições de caridade.
Zuckerberg e sua esposa, Priscilla Chan, contribuíram com US$ 25 milhões para o combate ao vírus Ebola e anunciaram a intenção de doar 99% de suas ações no Facebook para a Iniciativa Chan Zuckerberg, destinada a melhorar vidas por meio de investimentos em educação, saúde, pesquisa científica e energia.
O que fazem os fundadores do Facebook hoje?
Mark Zuckerberg, um dos membros originais que fundaram o Facebook, continua envolvido na empresa. Hoje, como CEO, ele conseguiu alcançar a 13ª posição na lista da Forbes das 100 pessoas mais poderosas do mundo.
Zuckerberg desempenha um papel central na condução de todas as operações do Facebook e tem sido objeto de questionamentos legais recentes devido às políticas da empresa.
O brasileiro Eduardo Saverin, que voltou a ser reconhecido como co-fundador do Facebook através de uma decisão na justiça, criou o Aporta, que é uma rede social voltada para projetos de caridade.
Em 2011, Saverin renunciou à cidadania americana para não pagar a quantia de US$ 700 milhões em impostos. Atualmente, ele mora em Singapura.
Já Andrew McCollum, que foi um dos primeiros investidores do Facebook, terminou sua graduação em Ciências da Computação em Harvard e saiu do Facebook em 2007. Atualmente ele é CEO da Philo, que é uma companhia de TV por internet.
Dustin Moskovitz, que foi o primeiro vice-presidente de Engenharia do Facebook até 2008, fundou e atualmente dirige a Asana, que é parecida ao Slack, uma plataforma de gerenciamento. Em 2011, ele entrou na lista dos bilionários mais jovens da Forbes.
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Chris Hughes, que foi o primeiro porta-voz do Facebook, ficou até 2007, quando passou a coordenar a campanha do então candidato à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama. Ele também já foi dono e editor-chefe da revista New Republic e hoje é co-diretor da Economic Security Project, que é uma rede que trabalha contra a pobreza mundial.
Escândalo das eleições presidenciais nos Estados Unidos: eleição de Obama
O escândalo das eleições presidenciais que elegeram Barack Obama e o uso do Facebook foi uma polêmica que surgiu em 2012, quando um livro revelou que Hughes, um dos cofundadores do Facebook, foi o responsável pela estratégia digital da campanha de Obama em 2008.
Chris Hughes teria usado sua influência e conhecimento sobre a rede social para ajudar Obama a se conectar com os eleitores, especialmente os jovens, e a arrecadar fundos online. Hughes também teria tido acesso privilegiado aos dados dos usuários do Facebook, o que lhe permitiu segmentar e personalizar as mensagens da campanha.
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O escândalo gerou críticas e questionamentos sobre a ética e a legalidade do uso do Facebook para fins políticos, e sobre o possível favorecimento de Obama pela empresa. Alguns acusaram Hughes de violar a privacidade dos usuários do Facebook, de manipular a opinião pública e de interferir no processo eleitoral.
Outros defenderam que Hughes agiu de forma legítima e inovadora, e que o Facebook foi uma ferramenta democrática e transparente, que permitiu aos eleitores se informar e se engajar na campanha.
O escândalo foi um dos primeiros casos de uso político de dados do Facebook, que se repetiria em outras eleições, como a de Donald Trump em 2016, envolvendo a empresa Cambridge Analytica.
Esse escândalo também mostrou o poder e a influência do Facebook na política e na sociedade, e levantou debates sobre a regulação e a responsabilidade da empresa e de seus fundadores.
Polêmica com a Cambridge Analytica
A polêmica com a Cambridge Analytica e o Facebook foi um escândalo que envolveu o uso indevido de dados de milhões de usuários do Facebook pela empresa de consultoria política Cambridge Analytica, que trabalhou para a campanha de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2016.
A Cambridge Analytica coletou e utilizou, sem consentimento, os dados pessoais de 87 milhões de usuários do Facebook por meio de um aplicativo de teste de personalidade, que tinha acesso aos perfis dos usuários e de seus amigos.
A informação obtida foi usada para desenvolver um software que influenciava os eleitores americanos a favor de Trump, por meio de anúncios e mensagens direcionadas.
O escândalo foi revelado em 2018, por meio de reportagens do jornal The Guardian e do canal Channel 4, que contaram com o depoimento de Christopher Wylie, um ex-funcionário da Cambridge Analytica que denunciou as práticas ilegais da empresa.
O caso gerou uma grande repercussão e uma crise de confiança no Facebook, que perdeu bilhões de dólares em valor de mercado e foi alvo de investigações e processos de autoridades e usuários em vários países.
O Facebook admitiu que falhou em proteger os dados de seus usuários e prometeu tomar medidas para evitar que isso se repetisse.
A Cambridge Analytica negou as acusações e se declarou culpada em um caso de uso de dados do Facebook na Grã-Bretanha, sendo multada em US$ 19 mil. A empresa encerrou suas atividades em 2018, após o escândalo.
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