Será que “Round 6” é um reflexo da sociedade?
“Round 6” (“Squid Game”) mantém-se como sucesso no mundo inteiro. A trama consiste num misterioso convite para um jogo que é enviado para pessoas que estão precisando de muito dinheiro. Os jogos são os infantis coreanos tradicionais, como: “A flor de hibisco floresceu”, que no Brasil virou “Batatinha Frita 1,2,3”, com colmeia de açúcar, cabo de guerra, bolas de gude, entre outros. Ao aceitar o convite, os 456 participantes são trancados num local secreto onde disputam 45,6 bilhões de wons, aproximadamente R$ 208,5 milhões. Porém, nesse local secreto, eles descobrem que a consequência de quem perde no jogo é a morte.
É inegável que a série sul-coreana despertou a curiosidade de adultos por ser a mais vista da Netflix atualmente, alcançando uma marca impressionante! Apesar de a série ser a mais assistida da plataforma, o criador Dong-hyuk Hwang disse não pretender novas temporadas, mas por seu sucesso, quem sabe ele não mude de ideia?
Sabendo de sua popularidade estrondosa, pois em praticamente todos os círculos sociais só se fala sobre a série, seu conteúdo não é para crianças. Na trama, acontecem cenas de tortura psicológica, violência explícita, sexo e palavrões. Profissionais da saúde já alertaram e destacaram a alusão de “Round 6” a brincadeiras infantis, podendo atrair o público mais jovem, causando-lhe uma série de danos psicológicos. A classificação indicativa da série é 16 anos, porém pessoas de todas as idades estão assistindo.
“Round 6” é uma série capaz de fazer dispararem diversos gatilhos emocionais, algumas cenas pesadas podem desenvolver pensamentos, emoções e até comportamentos negativos. Crianças e jovens podem ser os mais afetados e reagir de forma mais exaltada. Também pode ser perigoso para adultos vulneráveis emocionalmente, pois as cenas podem impactar.
Em seu perfil do Instagram, o professor Leandro Karnal postou uma reflexão importante sobre a série. Leandro descreveu o fato de o enredo girar em torno de pessoas altamente endividadas, que podem vencer suas dívidas por meio do jogo perigoso, ele ressalta que é uma narrativa sobre nossa sociedade e pergunta: “O que leva pessoas a arriscarem tudo por dinheiro?”, “Quais os valores da vida? O que seria, de fato, felicidade?”
Leandro também refletiu citando o filme “O Poço”, dizendo que as duas produções têm quase o mesmo enredo: “como controlar as pessoas por meio da ambição delas?” Considerando as duas séries como uma narrativa para os dias atuais, deixou a pergunta: “Estaríamos todos no poço espanhol vivendo o jogo coreano de Round 6?”
A publicação recebeu bastantes curtidas e comentários. Um seguidor deixou sua opinião: “Ao assistir, me assustei no início até entender que, por suas ganâncias e vícios em jogos, o ser humano só visa ganhar sem pensar nas consequências, levando até a morte”. Outro seguidor do filósofo opinou também: “Nossa, é infelizmente uma crueldade real em posição de desvantagem, e sim, concordo que os pobres são sempre marionetes em posição de servir sempre!!!! Difícil é estar em alerta contra essas mediocridades sobre ricos e pobres”, enquanto outra consideração diz: “Essa obra traz várias reflexões, entre elas a ‘crueldade do ser’. Ninguém quer ser ou admite ser. Mas, o caos da violência social tem expressado isso de forma muito latente.”.