Atitudes precisam ser tomadas para tentar amenizar os impactos da covid na nossa saúde mental, como o que o vírus e sua pandemia causaram no mundo.
Embora gostássemos que a pandemia fosse algo do passado, uma lembrança apenas, ela permanece no nosso cotidiano. Mesmo já tendo se passado anos desde as primeiras medidas para combater a doença e com a vacinação avançando por todo o globo, parece que o uso de máscaras e sanitizantes, distanciamento e outras profilaxias vieram para ficar. O que parecia um contratempo passageiro em 2020 perdurou por muito mais tempo do que o esperado, tanto por atitudes individuais quanto do coletivo. E com o crescimento da doença mais uma vez em 2022, mais do que nunca ela se tornou uma questão da qual não podemos fugir.
A doença e todas as mudanças que acarretou tiveram impacto na saúde mental do coletivo: mesmo que você não tenha perdido alguém para a covid ou não tenha sido infectado, o isolamento imposto, a repercussão na economia e o distanciamento de pessoas do seu convívio mexeram com a mente de muitos, e essas são apenas mudanças da covid-19 na nossa realidade. Há quem diga que existe uma clara divisão entre um mundo antes e depois da pandemia, e que não será possível tudo voltar a ser como antes.
Mas então, o que fazer para tentar proteger nossas mentes nesse período que ainda é lotado de incertezas? Se 2020 e 2021 já foram puxados em termos de pandemia, ainda existe esperança de que 2022 tenha um resultado diferente?
A verdade é que não existem respostas objetivas para essas perguntas nem garantia de mudanças, mas algumas atitudes podem ser tomadas para aprimorar sua saúde emocional nestes tempos difíceis.
De acordo com a Mental Health Foundation, uma organização voltada para questões de saúde mental norte-americana, uma das áreas à qual mais precisamos estar atentos é a do trabalho, quanto ao impacto da pandemia. Algumas pessoas ainda estão no regime de “home office”(trabalhando remotamente, de casa), enquanto a maioria já voltou para o trabalho presencial, muitas até não tiveram a chance de se isolar porque precisaram garantir seu ganha-pão.
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Por isso, a fundação recomenda aos líderes de equipes atenção aos seus funcionários, para saber como estão se comportando diante desses eventos, lembrando-se sempre que a vulnerabilidade tem muitas faces: não é porque seu funcionário não está lamuriando pelos cantos que não está afetado, às vezes, o luto — por que todos estamos passando, pela perda de uma vida — pode se manifestar em raiva ou apatia. Ofereça algum tipo de suporte para a saúde mental dos trabalhadores, quer seja por meio de um psicólogo na própria empresa ou com parcerias em clínicas mais acessíveis.
E para o cuidado individual de cada colaborador, a palavra de ordem é autoconhecimento. É recomendado o acompanhamento psicológico, para que cada um entenda suas limitações e como está sua mente no momento, para acessar o ambiente de trabalho da melhor forma possível. Buscar assistência permite a você traçar um plano e avaliar suas opções quanto ao trabalho.
E quanto ao cuidado com a saúde mental em outras áreas da vida, o assistente social e terapeuta Darryl Webster compartilhou algumas dicas para quem quer evitar os “surtos” relacionados à covid na sua mente.
Em entrevista à CBS, ele explicou que, embora estivesse mais acostumado a atender pacientes crianças, desde o começo da pandemia, a quantidade de adultos que buscam seu consultório aumentou, um sinal de que nem mesmo os mais velhos sabem como lidar com os eventos da pandemia sem a ajuda de uma escuta empática e profissional.
O terapeuta usa a metáfora de um disjuntor de luz para explicar a importância de buscar ajuda quando se trata de nossa mente: se a linha está sobrecarregada de eletricidade, o disjuntor irá falhar e as luzes da casa se apagarão, o mesmo acontece conosco. Se temos muito estresse ou outras sensações negativas com as quais não sabemos lidar passando por nossa mente, de certa forma ela também “desliga”, deixando-nos menos ágeis para viver, imobilizados pelo sofrimento.
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E apesar do aumento de adultos pedindo ajuda, ele não descarta o aumento de crianças e adolescentes passando por questões mentais desde o início da pandemia; os pequenos também foram severamente abalados por tudo que ocorreu.
Webster fala que na vida, de fato, não temos controle de muitas coisas e a incerteza é uma constante. Essas questões já nos atravessavam antes da covid, mas com o estado de pandemia foram intensificadas. O profissional da saúde mental disse que um dos primeiros passos para buscar mais paz de espírito é se concentrar em manejar o que está ao nosso alcance, como nossa mente.
Para tentar combater o estresse e mal-estar — o terapeuta explica que nossos corpos não foram projetados para senti-los por tanto tempo, por isso é normal não se sentir bem —, ele recomenda praticar o pensamento presente, focando no que está acontecendo no momento para tentar controlar a ansiedade sobre o futuro.
Outras recomendações são a prática de exercícios físicos com regularidade para liberar a tensão e o exercício de botar os acontecimentos em perspectiva, pois às vezes, nossa mente pode fazer um pequeno contratempo se tornar uma grande crise. E tudo isso juntamente com o acompanhamento de um profissional qualificado, claro.
E para os pais, ele pede atenção aos filhos, pois mesmo que não demonstrem claramente, as crianças também estão passando por sensações desafiadoras neste período.
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*Nota: As informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.