A atualidade nos confronta, a cada dia, na tentativa de moldar-nos, a fim de que sejamos ótimos para o mercado, exemplos para a família, populares para o mundo. Ela nos entrega uma lista de afazeres padronizados que, querendo ou não, devemos completar para que nosso currículo seja, ao menos, aceitável a todos.
Todo esse tumulto externo, inevitavelmente, acaba por abalar nosso interior, fazendo-nos sentir sensações de vazio, impotência, desmotivação… Por que fazer algo que não me agrada, simplesmente pelo fato de dizerem que é bom? Sucesso naquilo que não me atrai? Fortuna num trabalho egoísta e materialista?
Embora a atualidade conclame todas essas falsas realizações, os tempos de agora também nos permitem dizer a tão difícil e forte palavra: NÃO.
Não quero viver pelo dinheiro. Não quero essa profissão apenas pelo status. Não, não e não! Nos tempos antigos, isso era muito mais difícil, porém, hoje, não mais.
Liberdade. Somos livres para decidir o que nos faz felizes, desde que façamos, lucidamente, uma análise de tudo o que nos envolve, a fim de que não caiamos em armadilhas falaciosas, que nos levam à ruína psíquica.
A busca da real felicidade só é legítima e bem fundamentada quando guiada pela aliança entre emoção e razão. Um sentimento esclarecido não nos engana, nem nos traz más surpresas. Motivo pelo qual o sábio grego aconselhou: “conhece-te a ti mesmo…”
Não há como saber o que é melhor para nós sem que nos conheçamos, e é impossível encontrar a felicidade meio à escuridão da dúvida e da ignorância de si mesmo.
São medidas como essas que nos blindam contra as ondas de desânimo que quiçá nos assolem.
O desespero nos arrasta, e o desconsolo é a única coisa a sobrar.
É preciso, contudo, estarmos atentos ao horizonte que sempre se abre depois de nuvens carregadas se dissiparem. Elas vêm e vão, nunca permanecem para sempre.
Assim são nossos problemas: sempre cessam.
As dificuldades que a vida nos traz não são ao acaso, muito menos por simples sadismo.
Fazem-nos fortes a cada dia, a ponto de olharmos para trás, hoje, e percebermos que os reveses do passado não mais nos amedrontam.
Seriam pequenas pedras no presente…
De tal maneira devemos olhar as tempestades que nos visitam… São elas que nos engrandecem e permitem que as metamorfoses íntimas se realizem.
E, na mudança interior, surge-nos a oportunidade de sermos nós mesmos, e assim, felizes!
A felicidade se encontra em qualquer lugar, desde que enxergada e vivida com o coração íntegro e sábio.
E os Tempos que vêm são certezas de êxitos e venturas, pois, se a cada dia nos tornamos maiores, haverá momento em que tudo estará bem.
Tudo estará bem.
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