Certa vez, ouvi de um Coach de relacionamentos em um de seus vídeos no Youtube: “Siga à procura de portos que sejam reais, verdadeiros e sólidos.”
Algumas pessoas são como areia movediça, inconstantes, incoerentes, escorregadias. E quando nos relacionamos mais profundamente com essas pessoas, corremos risco de nos afundarmos cada vez mais dentro delas, ao ponto de nos perdermos e desconectarmos da nossa própria vida.
O que pode ser fatal, se não houver alguém, ou um despertar da nossa consciência, para nos puxar de volta.
Isso nem sempre tem a ver com falha de caráter e maldade, mas sim com uma enorme insegurança, que gera carência, medo e instabilidade de emoções.
Tem pessoas que possuem um vazio tão grande, que nenhum carinho e atenção do mundo conseguem saciá-las por muito tempo.
Quanto mais nos doamos, mais elas nos sugam. É como um vício, onde nada é o bastante, nada é o suficiente. Você fica com aquela sensação que deveria se doar mais, mesmo já se sentindo esgotado, e percebe que tudo o que já fez parece não ser valorizado.
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Todos nós temos nossas inseguranças e podemos passar por fases de extrema carência, ao ponto de sermos também areia movediça na vida das outras pessoas. Esse é um dos maiores motivos pelos quais elas se afastam, ou pelo qual nos afastamos.
Infelizmente, a atenção e o carinho dos outros não podem preencher nossos vazios existenciais. Precisamos aprender a trabalhar em cima das nossas inseguranças para nos sentirmos completos, e então conseguirmos receber cada gesto do outro com gratidão.
Não se envolva com as areias movediças e, antes de tudo, não seja areia movediça. Seja uma ilha sólida e verdadeira, para sustentar cada pessoa que passar pela sua vida, e não afundá-las, ao ponto de se perderem dentro de ti.
Não se envolva com “marinheiros” com seus falsos portos, mas também não seja marinheiro. Quando não existe um porto seguro, não há como partir sem deixar corações partidos.
Apesar de sermos seres individuais como ilhas, temos bastante espaço para acolher todos que passam pela nossa vida, que desejam permanecer e “ancorar” em nós. Basta que também sejamos portos reais.
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