Parafraseando “Procurando Nemo”: não importa o que aconteça, continue a respirar, continue a respirar… Lentamente, profundamente, continue a respirar.
Transtorno do pânico, também conhecido como síndrome do pânico, é um transtorno de ansiedade caracterizado por “ataques” repentinos, em que a pessoa pode sentir taquicardia (coração acelerado), tremores, taquipneia (respiração acelerada), tonturas, formigamento nas mãos e pés, calafrios, falta de ar, algumas pessoas relatam a sensação de estar “saindo fora do corpo” ou a sensação de estar sofrendo um ataque cardíaco.
Tenho recebido relatos contando o quanto esse período de distanciamento social, devido à pandemia da covid-19, agravou crises de transtorno do pânico ou desencadeou crises em pessoas que havia tempos não apresentavam nenhum episódio. Ou seja, pessoas que estavam com as crises sob controle havia meses ou anos e nesse momento de estresse experimentaram novamente uma sensação que julgavam estar adormecida.
Qualquer pessoa pode desenvolver o transtorno do pânico ou ter uma crise isolada em algum momento da vida, independentemente do sexo. O diagnóstico e tratamento abrangem equipe multiprofissional (médico psiquiatra e psicólogo) e o uso de medicamentos e/ou psicoterapia.
Uma ferramenta importante no controle das crises, além do tratamento medicamentoso e psicoterápico, é aprender a controlar a respiração.
Pode parecer muito simples para quem nunca teve uma crise, mas quem já viveu um momento desses sabe que é algo que exige algum esforço. A pessoa fica ofegante, sente-se sufocada ou tende a prender a respiração por alguns momentos, o que acaba piorando o quadro.
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Mas a boa notícia é que quem exercitou e aprendeu a respirar lenta e profundamente, no início do “ataque”, descobriu que consegue até mesmo impedir que outros sinais aconteçam e interromper o ciclo, mantendo o foco na respiração profunda por alguns minutos. Conheci pessoas que aprenderam a trabalhar a respiração e aos poucos foram diminuindo ou deixando de vez a medicação, sempre sob orientação e supervisão médicas, claro.
Sabemos que não é fácil para ninguém ficar tanto tempo “preso” em casa, longe das atividades até então corriqueiras, como estudos, trabalho, lazer e interação social. Se estiver em um espaço muito limitado e com várias pessoas juntas convivendo dia e noite, é mais difícil ainda, sem falar nas preocupações que naturalmente assombram esse período de incertezas.
Mas olhe: é possível manter o foco e autocontrole, mesmo que haja um turbilhão de coisas acontecendo ao seu redor, os monges tibetanos são um bom exemplo disso.
Existem várias formas de trabalhar a respiração, que vão desde a meditação, prática de exercícios físicos e até fisioterapia respiratória. Você pode encontrar aquela que melhor se adequa a você. Existem aplicativos gratuitos de meditação para o seu celular, por exemplo.
Seja você o seu centro de paz, harmonia e equilíbrio neste período de estresse global ou em qualquer momento de dificuldade.
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Parafraseando o filme “Procurando Nemo: não importa o que aconteça, continue a nadar, continue a nadar”, eu diria: não importa o que aconteça, continue a respirar, continue a respirar… Lentamente, profundamente, continue a respirar.
Acredite, isso tudo vai passar: a pandemia, o isolamento e os dias turbulentos. Somos pessoas em constante processo de aprendizado e evolução e, certamente, depois disso tudo, seremos seres humanos melhores.
Então eu desejo que você tenha força e fé, onde quer que esteja. E, se por acaso, sentir vontade de conversar sobre o pânico, será um imenso prazer falar com você. Um grande abraço!