“Só os tolos se inquietam com o que não podem controlar.” – Livro: O Temor do Sábio
Um homem precisa atravessar uma floresta. Em determinado ponto do percurso, encontra uma bifurcação, desconhece para onde ambas as passagens levam. Ainda sem grande capacidade de distinção, ele reflete, escolhe o caminho da direita, pois acredita que o lado esquerdo dá azar. No caminho que optou há muita vegetação espinhosa, e tentando se esgueirar das plantas o homem tropeça e torce o tornozelo. “Deveria ter ido pela esquerda” reflete ele, mas mal sabe que no outro caminho uma infinidade de serpentes venenosas o aguardavam.
Essa é a imprevisibilidade da vida. Todos os dias ela nos impõe uma escolha, e muitas delas costumam ser intragáveis. Por vezes fazemos uma escolha aparentemente não muito boa, e automaticamente pensamos que a outra opção sem dúvidas seria melhor, mas nem sempre é verdade. Cabe, portanto, reconhecer que os empecilhos do cotidiano estão presentes, mesmo nas nossas melhores decisões, e, ainda, que os caminhos pelos quais não optamos poderiam tanto ser melhores, como piores. Para os muitos que refletem sobre, vale a pena destacar:
“Só os tolos se inquietam com o que não podem controlar.” – Livro: O Temor do Sábio – Essa frase nos diz não que seja um ato de tolice refletir a respeito de nossas escolhas, mas, justamente, que estamos habituados a redirecionar o nosso foco às consequências, e não às ações.
Embora não tenhamos o poder de controlar as consequências de nossas ações, somos livres para agir e para reagir. Na ação constam nossas experiências, e na reação está o que fazemos com elas. Por exemplo:
Os jogos olímpicos de inverno deste ano contaram com a presença arrebatadora da dupla canadense de patinação artística, categoria dança no gelo, Tessa Virtue e Scott Moir. Após conquistarem a medalha de ouro, em uma entrevista foi perguntado sobre a pressão que a dupla sentia em relação à principal dupla rival, da França. Scott respondeu que eles não olharam a pontuação da dupla adversária e não importava o que acontecesse, eles também teriam os seus quatro minutos para se apresentar. Tessa e Scott viraram os atletas com mais medalhas na patinação artística dentro dos jogos olímpicos de inverno. Curiosamente, eles se aposentaram após as olimpíadas de 2014, onde ficaram com a prata, mas decidiram retornar em 2016. (Se você está atrás de uma performance bela e inspiradora, vale a pena pesquisar por sua apresentação sob o tema de Moulin Rouge).
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O fato, portanto, é que em situações inúmeras e diversas, as circunstâncias costumam nos instigar preocupação, todavia, está na sabedoria aceitar que as dualidades da vida são imprevisíveis, que ao invés de se afligir com as coisas incontroláveis, melhor é se empenhar nas controláveis.
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