Opiniões e verdades: estamos cheios de verdades absolutas e de nenhuma flexibilidade para discuti-las ou duvidar delas.
Eu, como usuária assídua das redes sociais, sendo o facebook ainda a minha favorita, sou daquelas que se interessa em ler os comentários de internautas logo abaixo de algum vídeo ou matéria, e acredito que boa parte das pessoas dê uma bisbilhotada neles também.
Pois bem, foi lendo os comentários postados sobre mais um vídeo que promete trazer uma fórmula mágica para os relacionamentos que me deparei com um comentário que discordava do vídeo, porém, sem fazê-lo de maneira ofensiva ou desrespeitosa, pelo menos a meu ver. No comentário, a face dizia que não acreditava em fórmulas milagrosas, porque cada ser humano é único e seria praticamente impossível criar algo que funcionasse para todos, principalmente, em se tratando de relacionamentos.
E você já deve imaginar que aquilo foi suficiente para gerar uma discussão; outra face respondeu logo abaixo dizendo que se ela não concordava, deveria ficar quieta, que ali não era lugar para ela que não concordava e que deveria “respeitar os demais”.
Mas em qual parte fica o respeito à opinião alheia, expressa de maneira não violenta? Nesse momento, dei-me conta do quanto se prega hoje em dia a bandeira do “respeito e da ética”, mas as pessoas mal conseguem dialogar com opiniões contrárias!
Ética também é uma palavra que está na moda, mas que poucas pessoas a sabem utilizar, de fato, em suas práticas diárias.
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O respeito é interessante somente até a página 2, onde eu exijo isso do outro, mas não me coloco na obrigação de também respeitar os demais; temos o terrível hábito de separar significado e significante, onde eu digo uma coisa e faço outra totalmente diferente.
Nunca pensei que um comentário em rede social poderia fazer-me refletir tanto; também, dei-me conta de que a internet tornou-se terra de ninguém e que nela qualquer pessoa com o mínimo de informação dá sua opinião unilateralizada sobre um fato, esquecendo de todo o resto, e ai de quem discordar!
As redes sociais viraram palco para agressões verbais e xingamentos e tenho a impressão de que as pessoas estão apenas esperando a primeira oportunidade de se atacarem, ao invés de desenvolverem novas ideias e práticas através de debates construtivos.
Qualquer um hoje emite uma opinião baseada apenas em um recorte da realidade, não observando o todo e sendo totalmente inflexível quanto ao seu ponto de vista; estamos cheios de verdades absolutas e de nenhuma flexibilidade para discuti-las ou duvidar delas.
Então, meus caros, esse texto que escrevo vai para aqueles que desrespeitam o direito que o outro tem de pensar diferente, e para você também, que acredita que tem o direito de dizer como o outro deve pensar/agir: sua opinião e suas verdades pessoais servem, no máximo, para você mesmo!
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Uma opinião contrária pode e deve ser emitida desde que seja feita com respeito, somente assim poderemos pensar sobre o todo e sair de nossa mediocridade cotidiana.
Meu último adendo para quem não suporta ouvir opiniões contrárias sem ser agressivo com a outra parte é para que viva sua vida e suas verdades do seu modo, mas que não queira, por força, convencer a outros de que devam viver como você.
Afinal, nem todo mundo calça o mesmo número de sapato, nem usa o mesmo tamanho de roupa!
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