Servo ou Senhor?
Em um pequeno vilarejo havia um homem que possuía um escravo. Esse o servia em todas as suas necessidades, estava sempre disponível para quando seu senhor precisasse. Porém, aquele senhor nunca o tratava bem, abusava de seus serviços, não lhe dava folga, fazia-o trabalhar mais do que ele aguentava, mas mesmo assim aquele servo continuava a servi-lo.
Um dia, o serviço naquela casa aumentou, então o homem precisou sair e procurar mais servos, no entanto, a fama de mau patrão já havia se espalhado por toda a vila e nenhum outro servo queria trabalhar para ele.
Muito preocupado com a situação, pediu aos seus amigos que também possuíam servos para lhe emprestarem alguns de seus serviçais. Muito a contragosto, emprestaram-lhe, porém, teria que fazer um acordo. Por cada servo emprestado teria que dar metade da sua colheita. Sem poder fazer recusas, acabou aceitando o trato.
Assim, voltou ele para sua casa e começou a colocar seus novos servos a trabalhar. Conforme iam fazendo a colheita, ele vendia. Com metade da renda cumpria o acordo e a outra metade pagava suas despesas e mantinha sua casa.
O tempo foi passando e a situação foi se agravando, pois, somente com a metade da renda não conseguia manter suas despesas e a casa, então pensou: – Vou devolver os servos que peguei emprestado e ficar somente com o meu!
Como era esperado aquele servo não aguentou fazer tudo sozinho e foi embora também. Sem trabalhadores aquele homem acabou se endividando e faliu totalmente.
Essa é uma pequena parábola que trago para reflexão. Ela fala sobre o dinheiro!
Quando somos jovens e conseguimos nosso primeiro emprego, então temos aquele salário e felizes pelo nosso primeiro e único bem, começamos a usá-lo como bem entendemos, ou melhor, dizer, como “mal entendemos”. Sem noção de tempo, gastamos aquela renda de todo o mês de trabalho dissolutamente, das mais diversas formas em nosso consumo próprio com coisas não tão necessárias, não tão importantes, não guardamos para o “futuro”, não poupamos e muitas vezes gastamos mais do que ganhamos e com certeza nos endividamos. Sabemos que nos mês seguinte receberemos aquele valor novamente, então, trabalhamos mais um mês recebemos o nosso salário e gastamos tudo novamente.
Nem todos os jovens têm compromissos em casa, como, por exemplo: pagar uma conta de água ou luz, então sabem que aquele salário é só para suas despesas, não cuidam do seu dinheiro, não se preocupam se mais tarde vai faltar.
Porém, o tempo passa, começam a namorar, casam e vêm os filhos. “O trabalho naquela casa aumenta”, precisam de mais “servos”, (dinheiro) mas como este foi maltratado a vida toda não há onde conseguir mais, não há no banco, não há investimentos, nem mesmo uma profissão que dê mais renda, pois nunca foi investido em uma qualificação, nunca sobrava nada.
E agora? A solução é sair e pegar emprestado, mas a que custo e nunca o que é emprestado será nosso!
Essa é uma reflexão sobre o dinheiro. Em todo o tempo devemos ter respeito por ele, não devemos brincar com nosso dinheiro gastando em bobagens e coisas sem serventia. Dinheiro é como o tempo, não volta, aquele que você perdeu ou jogou fora não volta, não lhe rendeu nada.
O dinheiro também está na lei da semeadura; se semearmos bem, colheremos bem. Se o semearmos mal vai embora, não cresce, não rende, mas se o respeitarmos e o tratarmos bem, ele, a cada dia, renderá.
Se Deus disse no livro do profeta Ageu “Meu é o ouro, minha é a prata”, quem somos nós para tratar mal o que Deus nos dá. Prestamos atenção ao fato de que todo o dinheiro esbanjado hoje, faltará amanhã.
Nós não podemos plantar em um lugar que nunca vamos colher, então analisemos a forma que estamos cuidando desse “servo”, antes que nos tornemos seu escravo!