Há uma verdade escancarada para quem quiser percebê-la, que é a natureza; com toda a grandeza, poder e força que ela traduz e contém em si mesma. Essa verdade que nos obriga a viver conforme seus caprichos, desígnios e ciclos.
Do mesmo modo, existe uma verdade inquestionável na programação natural dos animais, chamada instinto – aquela que os impele a agir, cada qual sob seu código genético e espécie (a verdade da construção da teia da aranha, da fabricação do mel das abelhas, do retorno ao local de origem das tartarugas…. verdades!)
A verdade simplesmente é; e não necessita de orientações para que venha a ser; que se torne, que seja diferente, que seja transformada em mais verdade ainda.
Conceitos, explicações, contradições podem ser levantados e debatidos, porém, somente debaixo da verdade, que é a grande regra, o esquema independente de funcionamento das coisas- que é sempre absoluto.
Por isso, parece tão absurdo discutirmos determinados assuntos, que deveriam estar contidos dentro de verdades- quase sagradas e incontestáveis- como a amamentação de um bebê por sua própria mãe; como a prevenção do choro de um inocente castigado pela ignorância da guerra, por meio de ações de proteção e preservação de nossa própria espécie… como tantos outros tópicos, que parecem não fazerem mais parte da nossa grande verdade- que é sermos seres de amor.
Como a verdade de uma semelhança quase total de nossa carga genética pode perder força diante de diferenças tão circunstâncias de opinião, de posicionamentos, de condutas e escolhas?
Sob que pretexto somos forçados a criar uma nova e pseudo verdade, sobre nós mesmos?
Já pensou que justificamos mentiras, para que sejamos mais adequados e aceitos pela vida e seus jogos de interesses e vaidades? Que não sejam mentiras propositais, ou conscientes. Que não sejam mentiras maldosas ou de autossabotagem…. Mas são no mínimo, a desconstrução da nossa verdade, de nossa essência. A fragmentação de quem iríamos ser, de fato.
Deixamos de pensar com a leveza da verdade que simplesmente é, para provarmos nosso amadurecimento, nosso sucesso, nossa vitória dentro de moldes estabelecidos e assim, abandonamos toda nossa autenticidade. Tudo aquilo que nos permitia viver como apaixonados pela vida, pelas novas experiências, pelo aprendizado e descobertas do que era verdadeiro em nós.
Abandonamos aquilo que nos serviria, que nos caberia, em nome de limitações batizadas como “isso é o melhor a ser feito”.
Trocamos os olhares castradores dos pais, dos professores, das regras sociais e morais de cada época; por avaliações de chefes que não sabem liderar nossa vida, pois não a conhecem de fato.
Aceitamos a limitação do olhar e a aprovação dos cônjuges, namorados e afins; abafando pensamentos, desejos, vontades…. E aos poucos, deixamos de ser a essência e verdade; e passamos a ser vida programada sob paralelos desconhecidos do que é de fato, ser feliz.
Não questionamos alguns esquemas de crenças, que são limitantes ao nosso autoconhecimento, desenvolvimento, evolução.
Não permitimos que verdades profundas, as quais deveriam acondicionar nossas escolhas venham à tona. Reduzimos nosso inconsciente ao inexistente. Não damos vazão ao que nossa verdade pede.
Passamos a agir conforme uma programação superficial, que não é a nossa.
Apropriamo-nos de interesses que não são essenciais para nós mesmos; tomamos partido, brigamos por eles. Culpamos nossos anseios (que parecem irreais), subjulgamos vontades (que soam inconvenientes), estilos de vida (irresponsáveis), maneiras de entendimento de uma situação… Somos forçados a nos adaptar, simplesmente.
Mas a verdade explica-se por si mesma.
Nada de confrontos, conflitos, porquês…. A verdade simplesmente é. Nada de convencimentos, dissertações, argumentos… A verdade vem por meio de inspirações. (Pensa se ainda reconhece quais são suas inspirações – não as de outra pessoa).
A verdade chega por meio da intuição. (Reflete se consegue ler com facilidade o que sua sensibilidade te diz).
A verdade só é: e aparece porque o universo encontra uma forma de fazê-la presente. (Enxerga se você tem permitido que sua verdade venha até você).
A verdade brota de modo teimoso dos pensamentos, sentimentos, sensações. E só depois de aceita, de compreendida como regra, como sustentáculo do que advém; transforma-se em ação.
Quando o corpo sorri por inteiro. Quando há um desejo intrínseco, que nasce da alma. Brilho nos olhos. Emoção genuína. A sensação de estar no lugar certo, na hora certa.
Vontade de silenciar, e de se acalmar. A respiração que fala. O olhar que perpetua o momento. Sentir-se em paz.
Quando isso acontecer, não há mais nada que deva ser evitado, explicado ou encontrado.