Não se preocupe, você não ganhará o suficiente para carimbar o passaporte para todos os lugares que tem vontade de conhecer. Pelo menos por agora.
Dá uma angústia, né? Eu lhe entendo.
É muito mais que angústia, na verdade, é um mix de ansiedade. Parece que todos os nossos planos não são suficientes para essa vida. São muitos lugares para vivenciar, muitos sabores para provar e tantas pessoas para conhecer. Bate aquela vontade de colocar tudo num pote para não perder absolutamente nada.
Ah! Fora o desejo de parar o tempo.
Não sei para vocês, mas para mim o sabor dos quase 30 é de simplicidade. Digo isso com a certeza de quem deixou de lado o investimento em algumas bolsas de grife para fechar viagens.
Ainda não dá para fazer as duas escolhas, sabe? E nem que desse, sempre me pergunto se é essencial ter uma bolsa da marca x para mostrar que tenho o poder aquisitivo y. Mas não é nesse mérito que quero entrar, não agora.
Quero falar sobre viagens! Perto dos 30 bate uma vontade insana de ir para o mundo. Parece que você quer viver tudo para ontem!
Já pensei diversas vezes que um ano sabático me faria bem, mas penso também como seria a volta para a realidade. Organizando dá, eu sei, mas é apavorante (mesmo!) pensar que um ano será dedicado a simplesmente viver sem planos e aproveitar os dias.
Opto pelos meus roteiros nada óbvios. Viagens curtas, algumas de finais de semana para bem pertinho. Outras de 15 dias, para longe. Com direito a avião e passaporte carimbado.
Acho que viajar é se conhecer. A cada nova experiência vivida, mais a alma fica agradecida. Não é só conhecer um lugar ou cultura, é observar o quanto crescemos, a cada distância percorrida. Nós nos tornamos mais vivos, mais presentes e muito mais agradecidos!
Você vai perceber que, de todos os seus desejos até aqui, viajar será o mais presente. Mais do que casamento ou maternidade!
Viajar é uma daquelas vontades que deixa a gente bem inquieto, sabe? É voltar de uma viagem para planejar outra, e assim por diante.
Perto dos 30 a nossa relação com o dinheiro muda, inevitavelmente. Por isso volto a bater na tecla da simplicidade. Passamos a valorizar experiências ao invés de coisas. Somos envolvidos pelo universo do prazer. É apaixonante escolher vivências que o dinheiro pode comprar ao invés de coisas.
Agarro meus roteiros de viagens. Agora vai! E assim, transformo sonhos em realidade. Já está mais do que na hora de tirar planos do papel e escolher minhas vontades, ao invés de satisfazer os outros. Mesmo que isso custe algumas horas ou dias a mais de trabalho.
É essencial saber que dinheiro bem gasto é aquele que proporciona vivências absolutas.
Nessas horas é sempre bom deixar claro quem é que realmente manda em quem. Do dinheiro as pessoas ao seu redor.
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