Eu confesso que acordei hoje pensando nessa frase, frase essa que é ressoada como um mantra nos dias de hoje e foi exatamente nesse tom de questionamento. Ela sempre me pareceu carregada de ansiedade; uma ansiedade por constante agitação e pela sensação de que, se estamos parados, descansando, curtindo aquele momento de pura futilidade, não estamos vivendo!
A mídia, as redes sociais (qualquer uma delas, não importa, todas se transformaram em vitrines do estilo de vida “perfeito”) e nós mesmos estamos constantemente nos vigiando para garantir que não estamos perdendo nada do que acontece no mundo lá fora! De que estamos fazendo alguma coisa, por mais vazia e sem sentido que essa ” alguma coisa” seja.
Mas e o “mundo” de dentro? Quando foi a última vez que você parou para cuidar dele? Fechou as portas e escutou somente a sua voz? Sabemos tudo sobre o que está acontecendo ao nosso redor, mas nada do que se passa dentro de nossas mentes e corações.
É importante fazer o que tem de ser feito, mas nem tudo é urgente em nossas vidas: existem encontros que podem ser remarcados, compromissos que são meras ocupações sociais e afazeres que podem esperar pelo amanhã! Devemos estar sempre preparados para dedicar um tempo a nós mesmos, nosso único parceiro pelo resto da vida.
E quando você não desacelera porque tem que ” viver o hoje como se não houvesse o amanhã…” O seu corpo e a sua mente o cobram. Eles o lembram que o amanhã existe.
Você vai se sentir sobrecarregado, irritado, sonolento, doente…. Porque nossos corpos não são máquinas.
Sim, eles vão te fazer parar, mesmo que você não queira.
Existe algo subentendido de que, se você não correr atrás da perfeição, não for alguém bacana, sociável, que malha 3 horas por dia, trabalha oito horas, faz MBA e ainda arruma tempo para ver as séries e filmes da moda, vai para a balada…. Você estará longe de saber o que é uma vida de verdade.
E se para mim, uma vida de verdade é me permitir momentos de silêncio e solidão em minha própria companhia, longe do mundo?
Nada contra quem gosta de agitação, mas sempre achei essa frase algo um tanto quanto desesperadora.
Eu a trocaria por viva o hoje, e não se esqueça de que existe o amanhã.
A vida é feita de pares de opostos; precisamos de movimento e de descanso e o desafio é encontrar o caminho do meio.