Nós nos rejeitamos quando, numa relação, permitimos que o medo escolha por nós. Nós nos rejeitamos quando abrimos mão dos voos libertadores, de arriscar-se, para continuar na zona de conforto.
Vou contar uma história verídica e desejo, profundamente, que você a leia.
Sim, eu levei um passa fora, mas não fui rejeitada. Ele, sim, rejeitou a si mesmo.
Por mais que eu tivesse todos os motivos para ser insegura, sempre tive certeza de que ele me admirava e que estava junto comigo porque eu era a melhor companhia da vida dele. Mas ele não teve coragem de romper com as próprias crenças e não assumiu o que tínhamos, porque sabia que não merecia um amor tão grande assim, não daria conta de viver uma relação profunda, onde a felicidade faria morada eterna.
Afinal, não é fácil para um homem lidar com uma mulher que sabe quem é, que reconhece ter todos os atributos para viver um amor de verdade, sem medo de perdê-lo ou do sentimento da rejeição, justamente por não fazer o arquétipo da mulher ideal do próprio ego.
Uma verdadeira “prenda”, uma bela companhia que encanta com os rumos de suas conversas sobre: política, medicina, religião, espiritualidade, seres de outros planetas. Divertida, criativa, com sexto sentido aguçado, que sabe ler mapa astral, fala de numerologia, doshas, enxerga além, na maioria das vezes, com ou sem ferramentas, e num passe de mágica fecha o seu tarot pela manhã para discutir sobre a bioquímica do câncer, a psique do ser humano, a receita do doce de leite caseiro da vovó, e termina o dia fazendo crochet e assistindo à sua novela preferida, porque sabe ser autêntica e não tem medo de julgamentos.
Uma mulher que se diverte quando está com a pessoa que quer estar porque está sempre ali, inteira, nunca pela metade, sabe o que quer e nunca transmite insegurança quanto aos seus sentimentos pelo o outro, diz que ama sem medo de errar ou de que aquele amor não seja correspondido, porque sabe que esconder os sentimentos é uma grande armadilha do ego, que mesmo a sofrer, amar é algo grandioso demais para ser guardado apenas para si.
Defende opiniões, é polêmica, coloca à prova o tempo todo a sua capacidade de ESTAR ao seu lado como SER HUMANO INTEIRO e de verdade.
Generosa, porque já viveu vários relacionamentos, e que assim leva um pouco de cada um consigo e desafia a sua segurança em ser o verdadeiro amor da vida dela.
Julga menos, porque as experiências que a vida lhe proporcionou obrigou-a olhar para si e reconhecer o quão tolo somos quando não conhecemos do que somos verdadeiramente capazes de fazer frente às situações que julgamos anteriormente.
Ciumenta, mas consciente que o ciúme é apenas uma forma para que você cuide daquele aspecto em si,que está carente de atenção e necessita ser transformado para te tornar pleno.
Não faz barraco, porque demonstra o amor o tempo todo e não necessita baixar a sua energia para que o outro sinta-se amado, prefere se dedicar, cuidar, e gosta de agradar, de amar e pode surpreender com sua sensibilidade e criatividade ao materializar os sentimentos na forma de arte, de joia, de anel, expressando todo conhecimento que faz do seu interior na simplicidade de uma pena
Intensa na forma de viver, topa as aventuras mais bizarras, mesmo sabendo que pode ser que se arrependa.
Entende que é preciso investir na relação, presenteia, é independente, sabe garantir o seu lugar ao SOL com inteligência e maestria.
Uma mulher que já foi até seu próprio limite várias vezes em tudo que tentou. Estudou, desistiu, enriqueceu, faliu, chorou, riu, viajou, e também deprimiu-se várias vezes…. um poço de experiências e conexões que o convida a viver, conhecer e se descobrir.
Sempre tive certeza absoluta que quando perto, ele estava ali por mim, por saber que a minha companhia era o que ele queria para ele naquele momento, estava ali porque queria estar, já que sempre esteve livre para escolher.
Difícil entender alguém que não faz joguinhos, porque vive a sua verdade, o seu amor-próprio é medido pela liberdade de querer um amor de verdade, enxergá-lo como tal e deixar bem claro as suas intenções e sentimentos.
Naquele momento ele era tudo que eu queria, estar com ele, então, privar-me de viver isso, fazendo parte de um jogo de ego, apenas para que ele pudesse dar mais valor e assumir seus próprios sentimentos não combinava com a pessoa que sou.
Pelo contrário, um homem de verdade precisa cultivar uma grande autoconfiança para poder assumir sentimentos por uma mulher fora do padrão “matrix” conhecido, que não curte “pegação” na balada, por ser tão segura do que é e do tipo de amor que ela quer para ela.
Ele rejeitou a si mesmo porque sabia que o amor que eu procuro talvez não pudesse me dar, talvez soubesse que não estivesse preparado para voar… alçar voos que minha alma pede. Talvez, não pudesse superar seus complexos e as próprias sombras, para que enfim se enxergasse de verdade… não eu… talvez, soubesse que não saberia lidar com o amor de uma mulher que sabe do seu poder, da sua magia, de tudo que quer e onde quer chegar. Talvez, não tenha chegado ao lugar onde fosse possível enxergar-me de igual para igual.
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Sim, foi mais fácil rejeitar o novo, foi mais fácil permanecer no mundo que já conhece, no amor que é micro, amor de borboletas, amor do ego, na qualidade onde a paixão protagoniza e o amor é coadjuvante.
Foi mais fácil rejeitar a si mesmo e todas as possibilidades que o Universo lhe presenteava convidado-o a mergulhar numa viagem de descobertas que o levariam para além, muito além desta galáctica, deste pequeno Universo conhecido.
Ele rejeitou a si mesmo porque não queria ser GRANDE. Eu sinto muito!
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