Muitos de nós somos criados hoje para cuidar de nós mesmos, para lutar e conseguir o que queremos – e quanto mais pudermos ter, melhor.
Nossa sociedade prega a sobrevivência do mais apto e, muitas vezes, nos encoraja a ter sucesso às custas dos outros.
Eu não era diferente e, apesar de ter notado uma tendência a sentir pena dos outros e querer ajudar, eu estava ocupada demais perseguindo meu próprio sucesso para agir de acordo com esses impulsos.
Pensei que essa gentileza seria uma fraqueza que poderia dificultar meu progresso pessoal e profissional.
Muitas vezes subestimamos o poder de um toque, um sorriso, uma palavra gentil, um ouvido atento, um elogio sincero ou o menor ato de carinho, todos com o potencial de transformar uma vida. – Leo Buscaglia
Muitas vezes subestimamos o poder de um toque, um sorriso, uma palavra gentil, um ouvido atento, um elogio sincero ou o menor ato de carinho, todos com o potencial de transformar uma vida. – Leo Buscaglia
Somente quando deixei minha vaidade de lado, após anos de infelicidade, para realinhar meus valores e reconstruir uma vida em torno das minhas paixões, foi que aprendi o verdadeiro valor da bondade. Aprendi como a compaixão e a bondade podem ser uma fonte de força e, desde então, tento aplicar essa sabedoria, com sucesso, repetidamente à minha própria vida.
Nossa resposta natural quando alguém está perigo é querer ajudar. Nós nos importamos com o sofrimento dos outros e nos sentimos bem quando esse sofrimento passa. Isso faz com que a gente se sinta bem, como se estivéssemos fazendo uma diferença no mundo e ajudar aqueles que precisam nos traz alegria; isso traz significado para nossa vida.
Os budistas têm um ditado que diz: “Toda felicidade que existe no mundo vem quando desejamos que os outros sejam felizes.” Quando fazemos o bem para o outro, nós nos sentimos bem.
Praticar a bondade também ajuda a treinar a mente a ser mais positiva e a ver mais o bem no mundo. Há muito disso lá fora; parece que não, porque, mesmo que o número de pessoas fazendo o bem seja maior do que o de quem faz o mal, o ato de bem não ocupa a maioria das manchetes.
Quando eu penso em como a vida era antes, percebo que eu não estava sendo gentil nem comigo mesma, então faz sentido que eu não sabia ser generosa com os outros. Eu aprendi sobre autorrespeito primeiro, e a partir daí foi muito mais fácil respeitar também os outros.
A bondade é como uma habilidade que explora nossa verdadeira força. Podemos nos respeitar quando estamos sendo gentis com os outros ao nosso redor.
Eu ainda ouço de amigos e familiares que eu sou muito “boazinha” e que por isso as pessoas passam por cima de mim. Se eu compro um café para um morador de rua, eu escuto que ele deveria trabalhar e comprar seu próprio café, ou se eu deixo alguém entrar na fila antes de mim, eu escuto que, por eu estar lá primeiro, eu não deveria deixar outra pessoa entrar.
Às vezes, eu acho que esse tipo de reação que as pessoas têm vem do medo ou da sensação de autoproteção. Eu acho que é o ego em jogo.
A maioria de nós é gentil. Eu acredito que seja parte da nossa natureza inata. Isso apenas fica um pouco perdido, às vezes, ou abafado por todo o barulho de um sentimento mais egoísta – particularmente em nossa sociedade orientada para o consumidor, onde somos ensinados que precisamos ter coisas e quanto mais conseguimos, melhor. Onde o dinheiro é uma força e onde colocamos cercas em vez de convidar pessoas para compartilhar com elas o que temos.
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Nos meses mais recentes, percebi que ter tempo para ser gentil gera confiança e relacionamentos.
Não me entenda mal, não se trata de ser fraco, tolerante com tudo e não responsabilizar as pessoas por seus atos. É sobre ser razoável, justo, aberto e confiável; apoiar os outros, ter empatia com eles, reconhecer suas conquistas e mostrar que você se importa. É conhecer as pessoas, entender sobre o que os motiva, como se sentem e quem são.
É muito fácil justificar desejo, autoindulgência e avareza com a ideia de que só os fortes sobrevivem. O que estamos esquecendo é que uma parte fundamental de nossa sobrevivência é a cooperação, trabalhando juntos, cuidando uns dos outros.
Nós evoluímos quando nos ajudamos mutuamente. Veja como as tribos antigas viviam. Eles não viam a competição como uma prioridade, mas prosperavam na cooperação. Cooperar é a natureza essencial dos seres vivos, não dominar. Sim, há concorrência na natureza, mas a base continua sendo a cooperação. Em “A Origem do Homem”, Darwin menciona a sobrevivência do mais forte – duas vezes – mas também menciona o amor – mais de noventa vezes.
Não estou sugerindo que todos nós precisamos doar nossas economias para instituições de caridade ou mudar para o exterior para reconstruir cabanas em aldeias pobres. Existem muitos pequenos gestos e tantas oportunidades todos os dias: levar um copo de café para um colega de trabalho que está passando por um momento difícil, ajudar uma mãe com suas compras, abrir a porta para alguém, sorrir para um estranho ou perguntar ao vendedor como está indo seu dia.
As pessoas se sentem bem quando estão recebendo, mas também se sentem bem quando são gentis e se conectam com os outros em um nível genuíno.
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A bondade aumenta nossa sensação de realização e alegria, ajuda-nos a construir resiliências e também é uma fonte de força, tornando-se uma habilidade que nos ajuda a construir o nosso sucesso como amigo, filho, irmão e, principalmente, como ser humano.
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