A busca por nós mesmos nos faz realizar algumas viagens, tanto fora quanto dentro da nossa alma, nossas entranhas, nossos vazios, nossa mente cheia de coisas que não nos servem mais.
A busca requer tempo, estudo, mentalização, oração, espera, resiliência. Ela nos pede outras buscas, outros encontros, com pessoas e situações desconhecidas.
Tem gente que encara e procura por ensinamentos para comparar, medir, observar e compilar o que serve ou não. A busca de si mesmo pede leitura, de livros e dos fatos, das histórias e dos acontecimentos. Pede que tenhamos coragem de transpor nosso mundinho e percebamos o mundo do outro. O modo como ele vive, como ele age e como podemos aprender com isso.
Quando pretendemos nos conhecer mais, a vida vai nos conduzindo a pessoas, a momentos, a situações. Quando não entendemos muito do que nos acontece, continuamos atrás de respostas e elas chegam, não de forma muito objetiva.
Às vezes, parece que ela nos dá peças que vamos montando como quebra-cabeças, daqueles com outras centenas de peças.
A vida vai dar uma reviravolta, vai nos estacionar, vai nos trazer o que atraímos, procuramos e por sei lá que motivo, também vai nos surpreender. Quando a gente acha que sabe por que está errando ou acertando, ela nos causa um reboliço, que pode ser muito bom, muito louco, inacreditável.
Olhe o desenho da sua vida. Repare se ele tem exatamente o contorno, as cores, o traço que você colocou. Não? Bem-vindo!
É assim que é. Somos coautores da nossa história, porém, todos os dias precisamos passar a limpo a nossa escrita.
Buscar-se é se desprender. De religiões, crenças, de posturas antiquadas. É ser espiritualizado, é conhecer e reconhecer Deus em todas as formas de manifestações de amor, fé e suas práticas.
A vida traz aquilo que desejamos, na maioria das vezes, e faz isso de uma forma que talvez nunca pensamos ou hesitamos imaginar. Nós nos programamos de um modo, ela faz de um jeito bem diferente e até de maneira simplista, ou não.
Buscar-se, entender-se é algo profundo. Não compreendemos todos os merecimentos e/ou desmerecimentos. Não saberemos julgar as coisas que nos acontecem com precisão. Podemos, sim, analisar o que já plantamos e colhemos, o que ainda estamos plantando e temos que esperar pela colheita.
Quando você se busca, você se permite conhecer sua essência, estar mais conectado com sua alma e espírito, a vida o fará balançar balançar. Vai contrariar, vai alterar sua percepção, remexer seus conceitos. Ela o tira do sério, assusta e silencia, apresenta anjos e demônios.
Quando encontramos sentido e significado, escrevemos à nossa maneira o que é esse tal de viver.
É bom ir fundo; com ou sem medo, com ou sem receio, com ou sem perspectiva. E ainda é possível escolher: com ou sem emoção. Assim que é.
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