A maternidade é um momento tão único na vida de uma mulher que mesmo que ela tenha mais de um filho, esta singularidade se fará presente.
Ela passa a todo momento se reconfigurando nas várias responsabilidades colocadas, construindo uma nova identidade. Ela estreia vários papéis em vários cenários da vida, cujo tempo é o seu principal aliado. Tempo que a faz repensar o que passou e se angustiar com que virá pela frente.
Em certos momentos, pode até chegar a perguntar para aquela mãe um pouco mais experiente que ela: Quando vai melhorar? Quando aquela situação passa? Ou quando as coisas vão se encaixar?
Essas e outras perguntas a faz entender mais um pouquinho cada fase que se faz presente. Cada resposta pode ser um acalanto de que tudo passa! E quando ela vê, novos desafios se fazem presentes.
A mulher mergulha nesse novo ser, uma nova identidade em encontros e desencontros que a fazem olhar e cuidar deste lado emocional.
Por mais que outros cuidadores ajudem nas atividades diárias e práticas, somente a mulher pode dar conta do seu espaço, da sua autoestima, da sua forma de ser, sentir e viver nesta nova configuração que se estreia com a maternidade!
A expectativa de ser mãe como plenitude, uma realização pessoal pode ser conflitante com a realidade. E muitas vezes ela escuta: “Mas você não queria ser mãe?”. O desejo e a realização foram concretizados, mas não de forma romântica como a nossa cultura incentiva.
Cada filho, é como se a mulher estivesse se permitindo uma extensão dela, ela deixa de ser ela mesma para ser mais um, dois ou três.
E cada tempo terá uma nova pessoa se permitindo viver aquela história, respeitando os seus limites e criando sua nova identidade
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