Vamos fazer uma abordagem psíquica e espiritual da vida de São Francisco de Assis, para que sua grandeza humana apareça, sobretudo, em nossos dias de glamourização da maldade e da loucura.
Falar de Francisco é destacar a sua “santidade”, no sentido radical de ser honesto, digno e bondoso. Para tanto, ele renunciou aos hábitos mundanos, como poder, dinheiro, prazeres, praticando ao longo da vida atos de amor e paciência.
Um século antes de ele nascer, a religiosidade europeia estava centrada em mosteiros, que tinha uma visão cética do mundo e do ser humano. As abadias eram núcleos de cultura enciclopedistas, de bibliotecas de monges copistas, que preservaram uma grande parte da literatura clássica.
Os monges atingiam altos níveis de reflexão teológica e filosófica. Eram pobres, mas suas Ordens ricas que lhes garantiam o sustento material, pois recebiam doações do povo e da nobreza, tinham enormes extensões de terras e muito ouro.
Havia a crença de que a maioria da população do céu era composta de monges.
A burguesia mercantil da época tinha força econômica e social, apesar disso, a Igreja Católica era a força mais poderosa da Europa, que possuía a autoridade sobre reis e imperadores, qualquer movimento de seus opositores estavam destinados à condenação e à morte.
No entanto, os camponeses trabalhavam mais de 12 horas por dia, só paravam quando anoitecia. Eles sofriam todos os tipos de violência e doenças da época, que faziam com que as crianças não sobrevivessem aos 2 anos de idade. Além disso, os leprosos e mendigos eram excluídos da sociedade.
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É nesse contexto que nasceu São Francisco de Assis, na cidade de Assis, na Itália, em 5 de julho 1182. Filho de um rico e renomado comerciante de tecidos de Assis, Francisco estudou na escola Episcopal, onde aprendeu a ler, escrever e contar, mas estudar e viver atrás de um balcão não lhe atraiam.
Mudança de vida
Na juventude, virou popular entre seus amigos por suas extravagâncias e aventuras, que ostentava roupas da moda e esbanjava dinheiro. Participou de uma guerra entre duas cidades italianas, mas caiu enfermo e ouviu uma voz que lhe pedia para servir a Deus.
A partir daí, Francisco passou a servir aos miseráveis e doentes, que eram ignorados pelo clero e pela burguesia, voltando-se para uma vida espiritual e para a pobreza, e criou a Ordem Mendicante dos Frades Menores, que renovaram o catolicismo de seu tempo.
A sua mística cativou vários discípulos e atraiu a jovem filha do conde de Sasso Rosso, Clara, de 17 anos. Com ela, nascia a Ordem das Clarissas, que viviam enclausuradas.
Do mosteiro para a floresta e para o mundo
O amor de Francisco era universalista, uma vez que tinha profunda relação com a natureza, abrangendo toda a criação. Há relatos de que, quando sentiam a presença do religioso, os peixes saltavam da água e os pássaros pousavam em seus ombros.
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Francisco peregrinou à Terra Santa, tornando-se amigo do sultão Sarraceno, mas não conseguiu firmar a paz entre cruzados e islâmicos.
Em 1220, ele voltou para a Itália e encontrou uma divisão na sua Ordem. Porém, ficou doente e saiu em direção à floresta, para viver com a natureza. Faleceu em 3 de outubro de 1226, e dois anos após, foi canonizado santo. Os seus restos mortais estão guardados na igreja de São Francisco de Assis, na Itália.
Enfim, a mística de Francisco era saber orar, serenizar e servir, virtudes que se consubstanciavam na humanidade do Cristo, o que se firmou enquanto ele estava vivo e permanece até hoje inabaladas.
Por esses motivos, o cardeal Bergoglio, ao ser eleito papa, escolheu o nome de Francisco, uma referência a Francisco de Assis por tudo o que ele simboliza.
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