Quem tem gratidão pelos pais está pronto para doar mais do que receber, pois está cheio de vida!
Todos nós vivemos e passamos por situações em que a tendência é reclamar. Todo mundo tem questões mal resolvidas com os pais, mas isso não significa que não possa ser grato à vida que foi concebida através deles.
Como enxergo meus pais é a forma como enxergo a vida. Para você a vida é grande, abundante? Ou é pequena? Ela lhe tira tudo, ou você recebe demais e nem consegue agradecer?
Quem tem gratidão pelos pais está pronto para doar mais do que receber, pois está cheio de vida. Não exige uma troca constante da vida ou das pessoas, e vive a sua profissão, sua família e seus relacionamentos com alegria, positividade e gratidão.
Quando se trata de ter gratidão aos nossos pais por tudo que já fizeram por nós, pode parecer muito fácil quando se trata de um padrão de família estruturada, filhos que tiveram pai e mãe juntos em uma relação duradoura ou que cresceram com uma certa estrutura familiar, com suas necessidades básicas físicas, financeiras e afetivas sendo atendidas. Mas vemos que, mesmo nesses casos, pode não acontecer a gratidão.
E quando meus pais não foram exatamente aquilo que esperei? Houve a ausência (considerada como um abandono) por parte de um pai ou uma mãe? Houve agressão ou abuso? E se eu nem sei quem são meus pais?
Para começar, temos uma expectativa praticamente infantil (e a psicanálise explica isso) de esperar que nossos pais sejam grandes heróis, com grandes poderes.
Quando somos pequenos o mundo gira em torno de nós, pois não temos a visão do amplo. Achamos que, se aquele pai chegou em casa, ele chegou “por nossa causa”. Que, se acontecer algum problema, aquela mãe está ali para resolver “por nós”, pois ela é grande e tudo sabe.
O fato da mãe e do pai parecerem grandes de certa forma está correto, pois eles vieram antes e nos deram algo muito maior que tudo: a vida. Mas isso não significa que são seres sem defeitos, que não irão falhar. Então, por que cobramos tanto deles? Mesmo que inconscientemente, não percebemos que a vida que nos deram, por si só, é mais do que o suficiente?
Muitas vezes, ao crescer, começamos a nos colocar como maiores que nossos pais. Apontamos seus defeitos e, como se trocássemos de lugar com o pai e a mãe, começamos a querer escolher o que é melhor para eles. Achamos que sabemos mais, talvez por termos um conhecimento técnico ou uma vivência que eles não tiveram. Isso é querer “salvar” os pais, saindo do lugar de filho.
Pela Constelação Familiar, um tipo de terapia em grupo, essa desordem chama-se “Troca de Hierarquia”, e traz emaranhamentos na sua vida e problemas de relacionamentos. Se uma pessoa ainda não superou uma falta que ocorreu em uma fase da infância, vai continuar cobrando na fase adulta o que faltou, repassando isso para outras áreas da sua vida, seja com a idade que for. Vai cobrar indiretamente, por meio dos seus comportamentos com seu chefe, com a pessoa com quem se relaciona, com o governo, na maneira como se posiciona em sua própria vida. O corpo envelhece, mas a criança lá dentro continua pedindo, cobrando.
E como superar as faltas da sua infância? Pare e pense: se hoje você fosse subir em um palco para receber um reconhecimento por um grande feito, você pensaria na gratidão pelos seus pais em primeiro lugar? Ou você agradeceria por praxe?
Perceba se você está preenchido de pai e mãe. Sem esse pai e essa mãe, você existiria? Você teria a oportunidade de fazer seus feitos? Além disso, eles são como são para que VOCÊ viva essa experiência e possa evoluir.
A vida é algo muito maior e ela está disponível para você, basta tomá-la. Prenda-se ao fato de que você tem a chance de aproveitar a sua vida da melhor forma que puder.
Se hoje você pode viver e ter escolhas, é porque um dia esse pai e essa mãe encontraram-se e estiveram juntos para sua concepção. Não importa como foi essa união, esse tempo, se grande, se pequeno, mas aconteceu. Viva a sua existência começando pela gratidão aos seus pais, e a abundância vai chegar até você.
A sua prosperidade é determinada pela gratidão à sua vida. Repita, mesmo que mentalmente: “Eu sinto muito. Muito obrigada, pai. Muito obrigada, mãe. Vocês já me deram tudo: deram-me a VIDA!”
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