Enquanto terapeuta, gosto de trabalhar com uma pergunta muito simples: QUEM É VOCÊ?
As respostas mais frequentes são:
“Meu nome é …”.
“Sou um homem / uma mulher …”
“Sou um(a) filho(a)…”
Podemos perceber que nenhuma delas responde de fato à questão: nome, gênero ou adjetivos são apenas aspectos transitórios do ser.
Essa é uma pergunta existencial e que demanda uma profunda investigação, que pode fazer com que enxerguemos melhor os sentidos de nossas vidas.
A lei da atração se manifesta em um contexto existencial, onde não há apenas cinco sentidos, onde cada ser é um universo inteiro de realidades.
É muito comum ouvirmos que somos cocriadores de nossa própria realidade. Mas também é muito usual esquecermo-nos ou até mesmo duvidarmos disso. Para assumirmos nosso real poder enquanto cocriadores, é fundamental transcendermos crenças e paradigmas limitantes que há muito estão arraigados tanto em nosso inconsciente pessoal como no coletivo.
Enquanto tarólogo, costumo explicar que o futuro não é fixo, pois, como cocriamos nossa própria realidade, a partir do momento que acessamos o futuro e expandimos nossa compreensão sobre ele, nossa consciência tem o livre-arbítrio para remodelá-lo. Isso nada mais é do que uma visão quântica multidimensional sobre a lei da atração.
Recentemente, uma pessoa me procurou para a leitura de tarô. Ela queria saber sobre seu casamento. Embora aquela relação conjugal lhe trouxesse muito sofrimento, ela não aceitava seu fim e achava injusto tudo o que estava vivendo. Ao lhe dizer que o futuro não é fixo, ela se agarrou nisso para justificar para si mesma que haveria algum modo de “salvar” seu casamento.
Esse é um ótimo exemplo sobre a lei da atração: por vezes preferimos nos fazer de cegos diante de algo que está diante de nossos olhos. E aí colocamos toda nossa energia para obter algo que não é o que nosso coração, de fato, deseja, fixando-nos em uma ilusão.
A pessoa do exemplo acima viveu um trauma no passado: seu noivo, de uma relação anterior, não compareceu ao casamento. Desde então, a dor do abandono tornou-se cada vez mais presente em sua vida. Ela passou a não se sentir amada, a achar que o universo não era justo com ela. Não temos o direito de julgar quem quer que seja, mas ao nos vitimizarmos, nós nos enfraquecemos, baixamos nossa vibração.
Gratidão é o atributo que mais eleva nossa vibração. É a verdadeira chave para a lei da atração, pois é o reconhecimento de que somos um com o universo. E não há gratidão verdadeira sem aceitação.
Sempre é importante frisar que aceitação não é sinônimo de inércia. Aceitar é acolher, com a consciência de que tudo o que nos acontece nos proporciona aprendizados. A consciência de que faço o que deve ser feito, e recebo os frutos no tempo certo, é extremamente libertadora.
Colocar foco é expressar o desejo do coração para o universo. Pense em um refletor de luz: ele joga o foco, a luz se concentra em um determinado ponto, mas vai se expandindo em relação ao espaço. O foco é como uma conversa íntima com o universo, dizendo para ele o que nosso coração deseja e confiando que aquilo já é uma realidade. O problema é que, muitas vezes, não confiamos, de fato, e criamos expectativas temporais e ansiedade para a materialização de nossos desejos.
A ansiedade funciona em uma chave de não-aceitação, de não reconhecimento de que tudo tem seu tempo. Ansiedade é a distorção dos anseios de nossa alma, é forçar o futuro. E quando forçamos, todo o processo da lei da atração congela, porque não-aceitação é falta de confiança no universo. E se não confiamos no universo, não confiamos em nosso poder enquanto cocriadores.
Aceitando que tudo o que nos acontece, mesmo as situações que nos trazem dor, têm algum propósito maior de amor, de evolução, abrimos espaço para que a lei da atração flua com maior naturalidade.
E o comprometimento com o autoconhecimento não é uma obrigação, mas uma questão de honra e gratidão à vida.
Adriano Rizk
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