É difícil acreditar, mas, às vezes, quanto mais amado, mais problemático um filho pode ser. Na ânsia de fazer o melhor para os nossos rebentos ou evitar que eles passem por sofrimentos que nós já passamos, acabamos nos excedendo em preocupações e intercedemos demais colocando em risco a sua formação independente como pessoa. Veja alguns exemplos:
Exigir demais
Quando amamos demais nossos filhos queremos que eles sejam as melhores pessoas do mundo, então, acabamos por exigir que sejam perfeitos. Regulamos seus comportamentos, posturas e escolhas. Porém, isso pode torná-los mais imperfeitos do que já são. Ficam inseguros e passam a acreditar que são inferiores por não superarem expectativas que ninguém seria capaz de alcançar. Pais saudáveis exigem menos e não forçam seus filhos a irem além dos seus próprios limites.
Superproteger
Pais que amam demais acabam querendo fazer de tudo para o filho. Vestem a roupa, pegam o que precisam, trazem comida no sofá, compram tudo que eles querem, levam em tudo que é alugar, resolvem todos os seus problemas, etc. Mas isso apenas evita que um filho caminhe com suas próprias pernas. Às vezes, mesmo percebendo a dificuldade, é necessário que ele resolva sozinho, para entender que é capaz e ter uma autoestima saudável.
Impor sonhos
Muitas vezes sonhamos para os nossos filhos algo que é grandioso para nós, mas que pode não ser para ele. Uma carreira, uma família, uma habilidade. Nada pode ser imposto. Podemos ser um médico de sucesso ou um atleta fracassado, de qualquer forma, não podemos fazer com que nossos filhos sigam nossos passos ou compensem nossas frustrações. Eles têm as suas características individuais, seus sonhos e uma história própria para construir, portanto, devem fazer suas próprias escolhas. Pais responsáveis respeitam isso.
Proibir
É muito delicado proibir um filho de algo. Porque se for muito importante, ele fará escondido. A melhor forma de lidar é o diálogo aberto. Simplesmente proibir funciona muito menos do que mostrar para um filho os danos que tal atitude ou escolha podem causar. Existirão momentos onde será preciso que ele aprenda errando. É claro que tudo depende de qual é a situação.
Esconder a verdade
Embora possa parecer proteção, não contar a verdade é colocar um filho em um patamar inferior. É tratá-lo de forma infantil, deixando-o de fora de algo porque acreditamos que ele não é capaz de lidar. Tudo tem sua idade, mas pais que querem o melhor para o filho sabem a hora certa de contar o que for.
Excesso de atividades
Todo pai e toda mãe quer ter um filho bem-sucedido e ver seus talentos desenvolvidos com excelência. E os primeiros anos do desenvolvimento infantil são propícios para tal. Porém, muitos pais acabam sobrecarregando suas crianças com curso de inglês, natação, judô, dança, aula de algum instrumento musical, teatro. E ao invés de aprimorarem talentos, as crianças desenvolvem ansiedade, estresse, insegurança e fadiga por não serem capaz de lidar com tantas responsabilidades ao mesmo tempo.
Passar a mão na cabeça
Pais que protegem seus filhos dos erros que cometem criam um adulto inconsequente e sem limites. Aceitar atitudes de falta de respeito dos filhos e não reagir a sua falta de educação é mais do que ser fraco, é causar dano à sociedade pelo adulto sem limites que seu filho poderá se tornar. Pais responsáveis impõem respeito.
Controlar
Quando queremos controlar a vida de um filho, ao invés de criar um adulto bem-sucedido, criamos uma pessoa fraca. Filhos fracos tornam-se marionetes nas mãos dos pais, e pais fracos viram objetos nas mãos dos filhos. Uma família não é lugar para marionetes e objetos, e sim para pais e filhos de verdade. Controle é sintoma de falta de afeto. Pais saudáveis apoiam seus filhos ao invés de decidir por eles.
Portanto, permitir que as crianças encontrem suas próprias saídas é imprescindível para que eles se tornem adultos independentes e conscientes, pois, a melhor maneira de internalizarem um aprendizado é pela tentativa e erro. Vai doer ver seu filho sofrendo as consequências pelos erros que ele, certamente, vai cometer, mas melhor uma dor momentânea agora, por deixar a vida corrigi-lo, do que uma dor eterna pelo péssimo adulto que ele se transformou.
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