A atriz comenta com objetividade sobre o processo de envelhecimento e como a comunidade encara isso, como se a mulher não pudesse mais ter sonhos e objetivos após os 50 anos.
O envelhecimento é um processo natural a que estamos todos submetidos, independentemente do quão comprometido o indivíduo esteja em fazer o corpo e a pele aparentar uma idade inferior.
Ao mesmo tempo em que temos plena consciência da chegada das linhas de expressão, dos cabelos embranquecendo e das rugas, as mulheres frequentemente sentem um peso maior quando o assunto é idade.
É como se, para elas, o tempo precisasse passar mais devagar, para que possam continuar em alta na sociedade e desejadas. A atriz Cláudia Raia, de 54 anos, em entrevista à Marie Claire, fez uma importante análise sobre esse processo e como pode ser doloroso, dependendo do gênero que se tem. Segundo a artista, quando a mulher faz 50 anos, passa a ser “excluída”, sem direito a mais nada.
A atriz comentou que, vivendo numa sociedade machista, as mulheres precisam sempre estar lindas, cheirosas, ser organizadas, ter filhos bem criados, jovens e com a pele viçosa, já que, no Brasil, 40 anos para uma mulher já é uma idade avançada demais.
Para os homens, é muito mais conveniente a companhia de uma mulher na casa dos 20 do que uma de 50 anos, já que as últimas são mais independentes, autônomas, fazem o querem da vida e dão muito mais trabalho.
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A sociedade acredita que as mulheres de 40 e 50 anos deveriam “estar em casa fazendo tricô”, sem direito de existir, para que, aos 80, possam renascer como lindas e fofas avozinhas. Sem direito de casar novamente, de usar as roupas que desejam, de deixar o cabelo longo ou sequer de sair com outras pessoas, muitos não concordam com mulheres terem a liberdade do recomeço depois dos 40.
![Aos 54 anos e bem resolvida, Cláudia Raia fala sobre o peso da idade: “A sociedade te exclui”](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2021/07/3-2-Aos-54-anos-e-bem-resolvida-Claudia-Raia-fala-sobre-o-peso-da-idade-A-sociedade-te-exclui-316x400.jpg)
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Cláudia conta que seu ginecologista costuma dizer que a atual mulher de 50 anos ainda não está escrita nos livros, que nem os médicos sabem lidar com ela. Mas, para a atriz, a potência máxima começa nessa idade, assim como, no teatro, a melhor parte costuma ser o segundo ato, quando as histórias começam a se resolver.
Para a atriz, o mercado de trabalho precisa ser capaz de abarcar as diferentes idades, deixando de ser retrógrado e apostando na mescla entre as pessoas com mais de 50 anos e os millenials, que nasceram na década de 1980 e têm ótima capacidade de relação interpessoal, enriquecendo ainda mais as empresas e o quadro de funcionários. Cláudia fica inconformada quando explica que existem alguns profissionais excepcionais que não encontram mais espaço no mercado apenas por conta da idade.
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A atividade física e o cuidado com a saúde e o bem-estar sempre acompanharam a artista, que acredita que é mais um estilo de vida do que uma obsessão com a aparência. O cuidado com a pele, a musculação, dança, meditação, alimentação equilibrada e o sono são os principais pontos a serem observados se a pessoa quer ter uma boa trajetória.
Ainda revela que muitas pessoas acreditam que ela já nasceu com o biotipo atlético, mas que, na verdade, em sua família há obesos, diabéticos e outras doenças hereditárias, aumentando a importância do cuidado da atriz.