Cuidado para não “tinderizar” a vida e perder as borboletas no estômago! Aplicativos de paquera podem ajudar, mas não substituem o olho no olho.
Os aplicativos de relacionamento vieram para ficar. Numa realidade em que estamos cada vez mais conectados com o mundo através da tela do computador ou celular e menos antenados com o que acontece à nossa volta, chega a ser natural também apelar para a tecnologia na hora de se relacionar.
Este novo modelo ainda parece apresentar uma série de outras vantagens. A primeira delas, a economia do tempo, essa preciosidade que é mais valorizada a cada dia. Afinal, você pode ‘conhecer’ e falar com diversas pessoas ao mesmo tempo dos mais diferentes lugares, sem nem precisar sair de casa. Otimização maior que essa não há.
Tem a questão do descarte facilitado também: nada de ligações prolongadas ou conversas recheadas de choro, drama e desgaste emocional, afinal, já bastam todos os outros problemas.
Não quer mais? É só não responder mais às mensagens ou, em casos extremos, deletar ou bloquear o contatinho.
Ah! Outra grande vantagem são os filtros: dá para escolher por idade, cor de cabelo, olhos, altura, gostos, onde mora e até preferências alimentares e musicais. Incrível! Parece o cupido perfeito.
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É, parece… e até pode mesmo vir a ser, em alguns casos, mas não é o que geralmente acontece.
Somos seres humanos, com sentimentos e emoções. Isso, até hoje, mesmo após muitas tentativas, máquina nenhuma conseguiu reproduzir.
E é justamente o sentimento que faz o relacionamento ser, de fato, verdadeiro. O sentimento não escolhe cor de pele, cabelo, profissão ou localização geográfica. Ele simplesmente acontece. O algoritmo do amor parece ser ainda mais complexo que o das redes sociais.
Por sua vez, o aplicativo de paquera é incapaz de reproduzir o brilho do olho da pessoa que aparece na foto, o cheiro, o jeito que fala e gesticula.
Quer uma companhia para uma noite? Ok, vá lá! Abra o cardápio e escolha sua preferência. Mas lembre-se de que, para sentir friozinho na barriga e ver passarinho verde, não dá para estar com os olhos vidrados na tela do celular.
É preciso olhar para os lados, ou melhor: no olho do outro. Ufa! Ainda somos humanos.
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