As pessoas , muitas vezes, querendo ajudar , dizem mil coisas que podem nos conduzir para o caminho errado. Muitas vezes , elas falam e depois esquecem. Mas somos nós que pagamos a altíssima fatura de uma escolha errada motivada por um conselho inadequado associado ao nosso medo de decidir sozinho.
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Seria muita pretensão responder objetivamente a uma pergunta desta natureza e importância num artigo. Não, não sei até onde vale a pena você ir para viver o amor. Quem pode te responder a tal questão com muita propriedade é você mesmo.
Buscamos as respostas mais importantes e decisivas para a nossa vida em outras pessoas, como se elas fossem oráculos. Nada contra pedir conselhos para as pessoas amadas. O problema é quando sempre esperamos que as respostas, que a felicidade, que tudo venha de fora. Que tudo de mais essencial para nós venha externamente.
Faz parte do amadurecimento entender que por mais que possamos contar com o conselho daqueles que nos amam, as grandes escolhas da nossa vida devem ser feitas por nós. Não adianta se basear no exemplo de vida dos outros. Tanto nos exemplos felizes quanto nos infelizes.
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Cada um é o que é e o que proporciona alegria para um, pode ser um tédio mortal para o outro. O que um considera um amor morno, pode ser um amor suave para outro. O que pode ser um amor intenso para um, pode exaurir o outro. Temos conceitos diferentes de amor, sucesso, felicidade. Por tal motivo, muitas vezes, não conseguimos nos fazer entender quando falamos sobre nossos sentimentos. A mesma palavra pode ter um sentido bem diferente para quem escuta. Como diria Lacan, sabemos o que falamos, mas não sabemos o que a outra escuta.
Enfim, por mais que um exemplo de vida, por mais que um conselho nos ajude, nos inspire, cabe a nós decidir até onde vale a pena ir para viver o amor. Pois cada um tem os seus valores e limites. Cada um sabe até onde poder perdoar, entender, aceitar. Um defeito pequeno para a maioria das pessoas pode levar à loucura outras. E vice-versa. Como diz a velha sabedoria popular…”Cada um sabe onde aperta o seu calo”.
Não existe um manual listando os defeitos aceitáveis e os não aceitáveis. Não existe um manual listando os erros perdoáveis e os não perdoáveis, os sacrifícios que valem a pena ser feitos. Em resumo: siga o seu coração e se preocupe menos com a opinião alheia. As pessoas, muitas vezes, querendo ajudar, dizem mil coisas que podem nos conduzir para o caminho errado. Muitas vezes, elas falam e depois esquecem. Mas somos nós que pagamos a altíssima fatura de uma escolha errada motivada por um conselho inadequado associado ao nosso medo de decidir sozinho.
Faça o que você acha que deve ser feito. Vá até onde o seu coração disser para ir, até onde você sentir que vale a pena. Até onde você sentir que o seu coração deseja ir. Até onde a relação fizer sentido. A partir do momento, em que fazer sacrifícios e perdoar mancadas ficar pesado demais, a partir do momento em que os dissabores falarem mais alto do que a alegria e o amor em si, talvez seja o momento de pular do trem e pegar outro carro no sentido contrário.