Com apenas 19 anos, Felipe deixou o Brasil para estudar Geologia na Alemanha, um dos países mais respeitados na área.
Conseguir ser aprovado em uma universidade faz parte do sonho de milhões de pessoas. Entrar em uma área, aplicar-se a ela e, quem sabe, tornar-se referência, aplicando tudo aquilo oque foi descoberto ao longo dos anos. A educação fornece o caminho para que jovens e adultos possam mudar suas realidades e a de seu país.
O baiano Felipe Petillo, de 19 anos, sabe bem o que é realizar um sonho. De origem humilde, conseguiu se formar no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), fazendo o ensino médio junto com o curso técnico de Geologia por quatro anos.
Com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o jovem foi aprovado em primeiro lugar no mesmo curso na Universidade de São Paulo (USP), considerada uma das melhores instituições do Brasil.
Mas o sonho de Felipe não para por aí, ele ainda foi convidado a fazer parte do Studienkolleg Hamburgo, no curso de Geologia, um dos mais respeitados do mundo na área. Não foi muito difícil escolher, mas ele precisou de ajuda para tornar esse objetivo uma realidade, e decidiu abrir uma vaquinha on-line. Muitos ajudaram, e ele arrecadou cerca de R$ 26 mil, conseguindo trilhar seu caminho na Alemanha.
Uma das exigências da faculdade era que ele fosse fluente em alemão, mas isso não foi um problema, já que ele aprendeu cinco idiomas sozinho. O autodidata em línguas sabe inglês, espanhol, italiano, latim e o requerido alemão, tendo se tornado fluente em casa, como conta em entrevista para o jornal Correio 24 horas. De acordo com o rapaz, ele consumia o conteúdo pela internet, conversava com nativos por aplicativos de mensagens, assistia filmes, séries e até lia livros nos idiomas.
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Felipe explica que os estrangeiros não conseguem entrar diretamente nas universidades alemãs, antes precisam cumprir um ano em cursos preparatórios, como é o seu caso na Studienkolleg, só depois desse período e tendo aprendido os métodos de ensino do país, eles podem estudar regularmente. De acordo com o jovem, estudar Geologia nem sempre esteve dentro de seus planos, mas se apaixonou pela área no IFBA, e desde então tem o desejo de ser geólogo.
Para o rapaz, o IFBA foi extremamente importante para sua formação, já que a dinâmica do local colaborou para que ele adquirisse ainda mais gosto pelos estudos. Não que isso fosse um problema, já que se tornou fluente em inglês sozinho aos 11 anos, mas a instituição o ajudou a estruturar a forma como se relaciona com a educação, além de oferecer a oportunidade de ter contato com projetos científicos. Além do instituto, Felipe acredita que os professores também tiveram um papel muito importante em sua formação, conduzindo-o para a formação acadêmica com naturalidade.