Vanessa é vítima de violência doméstica e decidiu correr durante 12 dias para alertar as mulheres sobre os perigos do narcisismo e da manipulação dos agressores.
A violência doméstica atinge majoritariamente as mulheres, de formas variadas, podendo ser física, verbal, emocional, patrimonial, e impactar a vida das vítimas de diferentes maneiras. Em muitos casos, quem passa pela agressão encontra dificuldades de encerrar o relacionamento abusivo, e encontrar apoio na família e amigos pode ser uma saída.
Nos Estados Unidos, Vanessa Reiser está se preparando fisicamente para começar uma longa jornada nos próximos dias. A terapeuta vai correr cerca de 500 quilômetros durante 12 dias. Tudo isso para conscientizar a população sobre a violência doméstica narcisista. Decidiu completar o circuito vestida de noiva!
Em entrevista à People, Vanessa conta que vai começar o trajeto no dia 17 de maio, em Oswego, Nova Iorque, e tem tudo planejado para encerrar no dia 29, em Manhattan. São 12 longos dias. Ela terá de percorrer cerca de 40 quilômetros por dia para concluir o trajeto dentro do tempo planejado, ou seja, ela vai correr uma maratona por dia.
Essa conscientização é pessoal para Vanessa, já que é vítima de violência doméstica narcisista. Passando por várias situações extremas, só depois que se afastou de tudo o que mais gostava é que começou a perceber que havia algo errado e que talvez poderia não ser culpa dela.
Vanessa conta que o abuso narcisista é uma forma “insidiosa” de violência doméstica, e os agressores usam o casamento ou o relacionamento como forma de controle e manipulação.
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O vestido de noiva simboliza esse enredo mágico inicial dos relacionamentos abusivos, em que os agressores fingem ser algo que não são, atraindo as vítimas para uma armadilha difícil de sair. Vanessa era noiva de um homem que tinha sido diagnosticado como sociopata, e que já tinha histórico de abuso com suas antigas parceiras.
Em um episódio, a terapeuta conta que ele a deixou no meio da rua, longe de sua casa, e ela precisou alugar um carro para conseguir voltar. Ela já ficou trancada para fora de sua residência e, quando decidiu deixá-lo, o noivo cuspiu em Vanessa, xingando-a de diversos nomes terríveis, além de ofender também sua família, inclusive seu pai, que já havia falecido. O agressor ainda atirou em todas as roupas da terapeuta.
O homem era tão narcisista e manipulador que, em certa ocasião, tentou fazer com que a ex-companheira fosse expulsa do conselho do Centro de Violência Doméstica, fazendo falsas alegações de que era ela quem abusava dele. Havia muita dor envolvida, e Vanessa chegou a precisar morar com a mãe por três meses, foi quando começou a perceber que havia algo errado naquilo tudo.
Como era terapeuta, foi se atentando ao que vinha acontecendo em sua vida, e então percebeu que tinha se afastado de suas atividades favoritas, porque seu noivo havia mandado, o que eram sinais claros de abuso e violência doméstica narcisista. No dia em que se deu conta, ela imediatamente saiu.
A violência narcisista, segundo o MedCircle, caracteriza-se pelas formas de abuso emocional, físico, sexual e/ou financeiro que um narcisista inflige à sua vítima.
Em alguns casos, as vítimas nem sequer se dão conta de que estão sofrendo algum tipo de violência, já que nem sempre existe agressão física.
Elas apenas se sentem confusas, sozinhas, “loucas” e como se fossem culpadas por tudo de errado que acontece no relacionamento. Vanessa aproxima o abuso narcisista das imposições extremistas feitas em cultos religiosos.
Atualmente, ela criou a organização sem fins lucrativos Tell a Therapist, um serviço estadunidense que conecta vítimas de abuso narcisista a médicos especializados. A corrida também serve para que ela consiga arrecadar dinheiro para ajudar a financiar serviços de recuperação das vítimas. Sua meta é chegar a R$ 1 milhão.
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A mensagem que Vanessa passa é que acredita nas vítimas, que muitas pessoas acreditam, pede que tentem ficar seguras, buscar coragem, clareza e confiança. Alerta que uma das coisas de que os narcisistas têm medo é do poder, por isso incita as vítimas a buscarem esse poder, com ajuda de amigos, familiares, médicos especializados, para conseguir sair do círculo de violência.
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