Os catadores são pessoas simples, na maioria das vezes sem estudo e que encontram nesse serviço uma maneira de conseguirem o seu sustento. A rotina que enfrentam é bem pesada. Passam longas horas no sol, andam demais, carregam pesos muito maiores do que deveriam e ainda são alvo de preconceito de algumas pessoas, que os diminuem e desrespeitam por conta de sua forma de ganhar a vida.
Além disso, essas pessoas são muitas vezes esquecidas pelas autoridades públicas, e acabam dependendo de animais para os ajudarem a carregar todo o peso que carregam diariamente por vários e vários quilômetros. Essa é uma situação negativa para os dois lados: catadores e animais.
O trabalho dos catadores é muito importante, embora muita gente não saiba. Eles ajudam a reduzir significativamente a quantidade de lixo doméstico coletado nas cidades, além de gastos municipais com coletas, transporte e disposição final do lixo gerado pela sua população.
Além disso, o setor de reciclagem brasileira movimenta R$ 12 bilhões ao ano, de acordo com informações disponibilizadas no Portal Brasil. No entanto, apesar de sua grande contribuição, eles não recebem pagamentos do município, nem usufruem de benefícios ou assistência.
A grande questão que fica é: o trabalho dos catadores é fundamental para os municípios, mas ao mesmo tempo não é certo usar trabalho animal para isso. Analisando essa realidade e pensando no bem dos cavalos e dos catadores, o Governo do estado de Alagoas teve uma ideia incrível: distribuir bicicletas de carga para os catadores de entulho, o que tornará o seu trabalho bem mais prático e ao mesmo tempo eliminará o uso dos cavalos como transportadores de carga.
Essa ação faz parte do Projeto Relix, patrocinado pelo Sesi Alagoas, com apoio institucional da Secretaria de Estado Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado de Alagoas, que incentiva a conscientização a respeito da correta destinação do lixo e a reciclagem. Foram distribuídas 30 bicicletas de carga que ajudarão no trabalho diário por toda a capital, elas são chamadas de Ciclolix.
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Os catadores receberam bem a novidade, que além de praticidade, traz mais motivação e dignidade para eles.
“Essa bicicleta é muito maravilhosa. Sou catadora há 3 anos e ela vai ajudar bastante no trabalho, vai agilizar. Aí, além de catar os entulhos, aproveito para malhar as pernas pedalando”, disse a catadora Maria Goreti da Silva Batista, em entrevista ao G1.
Os idealizadores do projeto ficaram muito felizes por poderem contribuir com os catadores e ao mesmo tempo com o meio ambiente:
“Elas [as catadoras] ficam emocionadas, agradecem pelo que fizemos por elas. Isso me deixa feliz, mas triste também, pois estamos muito atrasados com relação à sustentabilidade. Há muita coisa que ainda podemos e devemos fazer para cuidar de nosso planeta”, afirma Lina, idealizadora do projeto.
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