Viajar é uma arte, desde a programação do seu tempo, recursos, roteiro, escolha do destino, hospedagem, passeios, datas, do controle da sua ansiedade para que tudo dê certo do começo ao fim, ou pelo menos algo próximo do esperado, pois independente de quantas viagens, experiências e carimbos você tenha no passaporte, algo de errado sempre pode acontecer, e é preciso estar preparado nesses casos e ter sempre um plano B ou até mesmo, ás vezes, um plano C.
Viajar sozinho, não é e nunca será um bicho de sete cabeças, temos que ter em conta que a maioria dos destinos é bem seguro para turistas, precisamos mesmo é enfrentar nosso pior inimigo sempre, nosso Eu e seguir em frente com os planos, viajar sozinho é uma das experiências mais libertadoras que existem e não há como alguém não se beneficiar disso.
Viajar sozinho traz aquele friozinho na barriga, as borboletas que se agitam no estômago, é a adrenalina pelo desconhecido, algo que pulsa na alma de tão contagiante, poder conhecer pequenas ruelas e descobrir seus encantos, conhecer sotaques daqueles que mesmo você falando fluentemente a língua demora alguns minutos para organizar o som das palavras na sua cabeça, é conhecer o mundo fora da caixinha aonde fomos criados e aprender a respeitar raças, culturas, religiões, gostos e preferências sexuais, é entender que somos todos humanos. Viajar sozinho é todo um novo mundo de oportunidades, você acaba adquirindo habilidades e qualidades que ao menos você sabia que poderia ter um dia.
Por não estar cercado de amigos e familiares e tampouco gente conhecida para lhe socorrer, você acaba exercitando o ato de comunicar, a humildade, a compreensão, a gratidão, muitas vezes não damos atenção aos pequenos detalhes de nosso dia a dia por estarmos absortos e mecanicamente acostumados com as pessoas e situações ao nosso redor, muitas vezes deixamos de dizer um “Obrigado” e um “Eu Te Amo” para as pessoas que mais se importam conosco e quando viajamos e recebemos a menor ajuda possível, nos sentimos agradecidos ao Universo por aquela pessoa desconhecida ter dado um milésimo de seu tempo a nos socorrer em busca da informação por um local no mapa, ou por oferecer um cafezinho grátis e um dedo de prosa naquela noite gelada em que você estava voltando sozinho pela rua a caminho do seu hostel.
Aprende que a gente só sente saudades daquilo que nos faz bem e que muitas vezes deixamos de lado quando está por perto. Viajar sozinho é uma escola pela qual todos deveriam passar ao menos uma vez em suas vidas.
Portanto liberte-se do medo de tentar, do medo de não saber falar tão bem a língua daquele país, do medo de ninguém falar com você e passar a viagem inteira sozinho, do medo de dar o primeiro passo, a primeira decisão. Viajar sozinho nos ensina que estamos sozinhos nesse mundo mas nunca solitários, nos ensina a apreciar a paisagem com detalhes, a fotografar com a alma, a enriquecer as vistas com cada pôr-do-sol e a agradecer a Deus por mais um nascer do astro rei. E depois disso tudo retornamos para casa com a sensação de que tudo valeu a pena e que estamos prontos para o próximo destino.