Fluir ou não fluir: eis a questão.
Você já reparou que quando estamos fazendo certas coisas – criando, nos divertindo, exercitando o corpo, meditando, etc – temos a impressão de que não sentimos o tempo passar. Um estado de êxtase tal qual não existisse mais: nem você, os pensamentos, ou o mundo ao redor. Apenas deixamos fluir como se estivéssemos boiando numa piscina segura. Pois é de fluxo que estou falando, o tal estado de ” flow”.
A gente não quer só trabalhar. A gente quer um trabalho que nos realize – financeiramente inclusive – e, que tenha sentido, que seja reflexo dos nossos talentos mas não podemos esquecer, tem que ser gostoso de fazer! Apreciá-lo como uma “boa pasta” no dia a dia. Seria pedir demais?
Não vou ser leviana em dizer que todo trabalho deve ser 100% perfeito, mas é necessário ter esses parâmetros em mente para aumentar as chances de felicidade. Posso ser um escultor de talento mas sinto uma solidão muito grande durante o processo de criação. Não haveria outras possibilidades de continuar criando mas também apreciando o todo?
O fluxo tem a ver com nos proporcionar esse sentimento diário de satisfação. Esse conceito é da década de 70 mas só agora é aceito como um dos indicadores de satisfação de vida. Uma experiência de fluxo é aquela em que estamos completa e inconscientemente absortos quando estamos tocando, compondo, pintando, etc.
Estamos tão envolvidos que nada mais parece importar, quase como em transe. Quando isso acontece, entramos em “estado de fluxo”.
Apreciamos essas atividades por serem naturalmente motivadoras, o fazer é valioso por si só, independente do resultado. Um dançarino gosta da atividade por si só, independente do que ela pode proporcionar depois.
De que forma podemos encontrar o estado de flow?
1 – Cada pessoa encontra o flow quando está fazendo aquilo que realmente gosta: invista tempo em autoconhecimento. Pratique diariamente coisas que te fazem feliz, geralmente é nessas coisas que você encontra as suas respostas.
2 – O estado de flow independe do grau de complexidade ou status que a atividade te proporciona: um cirurgião pode encontrá-lo durante uma cirurgia enquanto outra pessoa o sente enquanto costura à máquina como hobby.
3 – As atividades que proporcionam o flow são em geral desafiadoras, mas não tão árduas que nos façam temer o fracasso.
4 – O fluxo é ampliado quando somos criativos e podemos ver o resultado ampliado de nossas ações.
5 – Esse estado também é resultado daqueles momentos em que nos dedicamos a aprender novas habilidades.
6 – Ter metas bem definidas ajuda a criar situações propícias ao flow.
7 – Permitir-se experimentar coisas novas: aumenta a chance de descobrir mais coisas que você gosta e nem sabe. Você então poderá escolher entre as opções que tem mais chance de colocá-lo em transe.
8 – Divirta-se: eia o maior indício do flow!
Sugiro que observe seu dia a dia para identificar o que te coloca no estado de flow. Perceba com que frequência você se sente assim e o que está fazendo quando isso acontece.
Quando identificar o seu estado de fluxo, vai poder usar esse conhecimento para criar um trabalho que o realize, mostre seu talento para mundo e te faça feliz.
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