Estamos aqui, neste momento, vivendo esta vida, com o propósito de salvar a nós mesmos. Cada um por si, exatamente assim, por mais egoísta que possa parecer.
Sabe, muitas vezes vivemos a vida na ilusão de que conseguiremos salvar os outros, de que temos a necessidade salvar os outros, de que eles precisam de nós, do nosso apoio, da nossa orientação, da nossa salvação.
Principalmente os nossos pais: pensamos que sabemos o que é melhor para eles, acreditamos perceber exatamente onde estão errados, o que deveriam fazer de diferente para viver melhor, para se curar, para sobreviverem.
Às vezes, não deixamos nossos parceiros em paz: queremos que se desenvolvam, que se interessem pelas mesmas coisas que nós, que evoluam, que aprendam, que se conectem.
Outras vezes, importunamos nossos irmãos ou amigos com orientações e teorias das quais acreditamos que precisem, damos-lhes puxões de orelha, tentamos colocá-los no prumo, sacudir para a vida.
Pior ainda quando nos indignamos por acreditarmos saber o que seria melhor para a sociedade, para o nosso país, para todo mundo.
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E, ao tentar “salvar a humanidade”, nós nos achamos bonzinhos, benfeitores, amáveis, aqueles que merecem“o céu”. Não nos damos conta de que, no meio dessa história toda, esquecemos do mais importante: nós mesmos.
Estamos aqui, neste momento, vivendo esta vida, com o propósito de salvar a nós mesmos. Cada um por si, exatamente assim, por mais egoísta que possa parecer.
A nossa maior responsabilidade é conosco, e podemos assumir as maiores e mais elaboradas missões com os outros e com o mundo para fugir disso.
Ao olharmos para fora, não precisamos olhar para dentro.
Ao repararmos nas sombras dos outros, não precisamos ver as nossas.
Ao nos indignarmos com as coisas alheias, não enxergamos nossas próprias limitações e a nossa própria involução.
Não nos damos conta de que é uma tremenda falta de respeito tentar “salvar” os outros, achar que sabemos o que é melhor para eles, interferir em suas vidas, ditar regras, chamar a atenção, apontar o dedo.
Não consideramos suas histórias, seus sistemas, tudo o que está envolvido e que, nem que quisermos, não temos como saber a fundo. Muitas vezes, nem eles próprios sabem.
Tiramos-lhes a oportunidade de descobrirem o mundo ao seu modo, de se autoconhecerem, de evoluírem.
Uma das premissas fundamentais das Constelações Familiares é se colocar no seu lugar.
Nós nos emaranhamos e nos angustiamos, não nos resolvemos, não ficamos bem, muitas vezes, por não estarmos no nosso lugar, tão somente.
É tão simples, mas ao mesmo tempo tão difícil ocupar apenas no nosso lugar, mas é nele, apenas, que conseguiremos crescer e ser felizes.
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