O tempo passa e as prioridades apenas são outras. O presente, o agora, isso é prioridade.
E, aos poucos, vou me desfazendo, jogando fora, desapegando. Novas pessoas vão chegando e tomando espaço, sonhos começam a se realizar, outras ocupações vêm demandar seu tempo, e tudo o que hoje você vê ao olhar para trás parece ter sido efêmero, distante, apesar da quantidade de dias. Sorrisos, decepções, amizades intensas, momentos de alegria, lágrimas, frustrações, alguns sonhos, tudo se condensa em segundos de lembranças que são visitadas raras vezes.
O tempo passa e as prioridades apenas são outras. O presente, o agora, isso é prioridade. Resquícios ainda ficam, como algumas lembranças físicas, ficam sintomas dos quais, aos poucos, o tempo vai diluindo, e vou me desfazendo, jogando fora, desapegando. Outros eu emolduro, guardo, apenas para lembrar de onde vim e de quem e como eu era.
É engraçado como o enredo da vida acontece. Você nunca sabe o que vai acontecer, e quando menos espera, você está onde jamais um dia imaginou estar, tem um sorriso do seu lado que jamais imaginou ver, e começa a ter noção do seu real tamanho dentro desse esquema louco.
Mas, de uma coisa eu tenho certeza: tudo é passageiro, tanto às coisas boas como as ruins.
Não me vanglorio tanto pelas conquistas, tendo-as como garantidas, por exemplo, mas, é claro, elas me deixam muito feliz e eu celebro cada uma ao máximo. Apenas não vale a pena me apegar a nada. Tudo tem seu prazo de validade, inclusive as frustrações. Então, por que perder a cabeça?
Possessividade para quê? Materialismo para quê? Ciúme por quê? Nenhuma força, independentemente da intensidade que eu lance sobre as coisas, sobre as pessoas, sobre as circunstâncias, fará com que elas durem para sempre. Está simplesmente fora da minha mera condição humana. É questão de limite real, não de incompetência
Contudo, a fé na vida e em Deus nunca deixou que eu me abatesse pelas repentinas surpresas que venho constatando na vida.
Direitos autorais da imagem de capa: Priscilla Du Preez/Unsplash.