Os obstáculos e as perdas em nossa vida – Superar é preciso!
“A maioria vê os obstáculos; poucos veem os objetivos; a história registra os êxitos destes últimos, enquanto o esquecimento é a recompensa dos primeiros.” – Alfred A. Montapert
Sucesso, felicidade, busca incessante pela vitória. As pessoas almejam tudo isso, diariamente. Porém, às vezes, podem deparar com alguns obstáculos e perdas, nem sempre desejáveis, que poderão fazer com que o desânimo tome conta, desistindo de continuar projetos e sonhos.
Uma reflexão sobre o assunto torna-se necessária, para que se possa entender que o verdadeiro equilíbrio se encontra na flexibilidade, na resiliência e na vontade de dar a volta por cima.
A vida não é uma linha reta sempre, com isso, alguns eventos não desejáveis planejados podem trazer à tona a fragilidade e a impotência, e até transformar-se em uma depressão difícil de ser tratada.
Todos querem ser campeões, sonham em vencer sempre, o que motiva a alcançar objetivos e colocar o coração e a mente para trabalharem a favor de alcançá-los.
Mas, e quando algo não dá certo e os obstáculos impedem de chegar onde se deseja?
Nesse exato momento é que vem a grande diferença entre os vencedores e os perdedores. Para os perdedores a vida termina aí, não há mais nada que se possa fazer, e pensando assim mergulham nesses obstáculos, não enxergando mais nenhuma possibilidade de recomeçar.
Claro que toda perda ou derrota trazem uma angústia enorme, e consequentemente momentos de muita tristeza, mas o que não se deve é ficar para sempre nesse estado.
É preciso buscar uma saída e continuar caminhando, aprendendo com os erros. Os vencedores conseguem agir assim de forma positiva, fazendo desse episódio um aprendizado para sempre.
A escritora Judith Viorst, em seu livro Perdas Necessárias relata que “a vida é um balanço em que as perdas sofridas ao longo do caminho são compensadas pela forma que contribuem para o desenvolvimento. As perdas necessárias para o crescimento a saúde e maturidade começam com a perda da nossa unidade com a mãe biológica, que nos alimenta, protege e ama incondicionalmente.
Portanto, o ser humano começa a sofrer com a perda na hora do nascimento, com a separação natural e necessária do bebê com o conforto do útero materno. Ao longo da vida, poderão acontecer muitas outras separações inevitáveis e sonhos não realizados, seja no plano pessoal ou profissional irão ocorrer erros, acertos, alegrias e tristezas, até que a vida termine.
Ainda de acordo com Judith Viorst, “quando pensamos em perdas, pensamos na morte das pessoas que amamos. Mas a perda é muito mais abrangente, pois perdemos não só pela morte, mas também por abandonar e ser abandonado, por mudar e deixar coisas para trás e seguir nosso caminho.”
Ela segue escrevendo que “essas perdas são parte da vida – universais, inevitáveis, inexoráveis. E essas perdas são necessárias porque para crescer temos de perder, abandonar e desistir.”
De repente um evento totalmente inesperado faz com que seja necessário repensar muita coisa, renovar a vida e a Fé! Passar por isso sem se deixar cair em uma depressão requer sabedoria e humildade para reconhecer que não se vive só e pedir ajuda. Superar não é fácil, mas desistir torna todas as possibilidades impossíveis de serem enxergadas. Uma dor muito grande ou um choque emocional podem ser algumas vezes, um impulso para recomeçar.
“Já vi pacientes que enfrentaram sofrimentos extremos, aproveitaram a situação para repensar a vida e se reaproximaram da família, dos amigos, foram atrás de sonhos”, afirma o psiquiatra Elson Mota Moura, da Clínica Medicina do Comportamento, no Rio de Janeiro.
Não existe nenhum manual que ensine a dar a volta por cima e driblar os obstáculos, porém, o que se pode fazer é começar a agir para sobreviver, apesar de tudo. Ter muita Fé, pensamentos positivos, boa autoestima, família e amigos são grandes aliados para superar as etapas difíceis. Reconhecer que existe um poder interno que faz com que a pessoa se transforme, reorganize e recomece, não se deixando “embrulhar” para sempre como um fantasma, no passado.
É necessário encerrar ciclos, virar a página, curar as feridas para finalmente, conseguir escrever uma nova história.
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