Sash viveu até os 8 anos nas ruas, alimentando-se com o que os restaurantes jogavam no lixo; hoje ele é o chef que tem amigos famosos, como o cantor Drake.
Quem vê o chef de cozinha Sash Simpson em seu restaurante bem estruturado, ostentando a fama de cozinheiro dos ricos e famosos no Canadá, não imagina o passado difícil que esse humilde profissional teve de enfrentar até chegar onde está hoje.
Quando era criança, Sash vivia nas ruas de Coimbatore, um centro têxtil no estado de Tamil Nadu, no Sul da Índia, e chegou a se alimentar com os restos de comida encontrados no lixo de restaurantes, para não morrer de fome.
A adoção
A vida do pequeno Sash começou a mudar quando, aos 8 anos, funcionários de um orfanato viram o garotinho pedindo esmolas em uma estação de ônibus. Naquela época, Sash estava morando em um cinema próximo, do qual limpava o chão em troca de um lugar para dormir.
Diante da situação trágica do menino, os funcionários do orfanato o convenceram a ir para o centro de acolhimento com eles. Foi lá que ele conheceu a mulher que daria início a uma nova e surpreendente fase em sua vida. Sandra Simpson, fundadora do espaço, foi quem despertou quase que instantaneamente a simpatia do menino Sash. Toda vez que ela chegava ao orfanato, o garotinho ia correndo até ela e sempre repetia as palavras “mamãe” e “Canadá”.
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Em entrevista ao jornal The New York Times, Sandra, que hoje tem 83 anos, conta que o menino vivia pedindo para ir para o Canadá, onde ela própria vivia, mas não havia nenhuma família interessada em adotar um garotinho na faixa de idade de Sash.
Foi então que ela mesma decidiu adotá-lo e levá-lo para o Canadá, mas havia um detalhe: Sandra também já havia adotado outras 26 crianças, ou seja, Sash não só ganhou uma nova família, como muitos irmãos, algo que até então ele também não tinha.
Em 1984, a família tinha 26 filhos, 20 deles adotados, quatro biológicos e outros dois criados em uma mansão de 22 quartos, em Forest Hill, um dos bairros mais ricos de Toronto, no Canadá, emprestado por um banqueiro de investimento e filantropo.
O início humilde uma carreira de sucesso
Sash conseguiu seu primeiro emprego como entregador de jornais aos 12 anos, para que pudesse comprar as próprias roupas. Aos 14, ele começou a trabalhar como lavador de pratos no restaurante onde sua irmã mais velha, Melanie, trabalhava como garçonete. Foi no local que ele amadureceu o gosto pela cozinha. “Eu sempre pensei: quero alimentar as pessoas”, disse Simpson ao The News York Times.
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Em 1993, Sash viu um anúncio de emprego no North 44, um restaurante sofisticado no norte da cidade. Ao pedir emprego uma primeira vez no restaurante, Sash foi mandado embora. Mas como desistir nunca fez parte da rotina do rapaz, ele voltou mais duas vezes ao local, até que o chef concordasse em deixá-lo trabalhar lá por três meses, sem salário. Por anos, Sash se dedicou à lavagem de pratos, se dedicou ainda como auxiliar de cozinha, à limpeza até que, em 2003, veio a sua grande chance.
A virada
Naquele ano, Simpson foi nomeado chef executivo do restaurante, ficando responsável por supervisionar a cozinha e atender aos eventos de gala do restaurante. Foi então que ele começou a ganhar reputação impecável graças à maneira simpática, educada e extremamente profissional com que ele tratava todos os clientes, fazendo cada um deles se sentir especial.
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No ano passado, o chef inaugurou o próprio restaurante, chamado Sash, que foi bastante elogiado pela imprensa especializada. Seu público-alvo são as famílias mais ricas do Canadá e até artistas, como o cantor Drake. O ator Eugene Levy também já marcou presença no Sash Restaurante.
Uma das especialidades do chef é a lagosta embebida em chardonnay e hambúrgueres de foie gras, que custam cerca de 27 dólares, ou seja, mais de R$ 140,00.
A crise
Por conta da pandemia do novo coronavírus, muitos restaurantes de Toronto, inclusive o de Sash, viram-se prejudicados pela queda no movimento. Ele pegou dinheiro emprestado para cobrir a folha de pagamento de uma equipe restrita e segue fornecendo as suas luxuosas refeições através do sistema delivery.
Ao olhar para o passado, Sash vê como ironia do destino o fato de que ele, que chegou a comer alimentos do lixo, tenha se tornado um dos melhores chefs de sua cidade. Ele também garante que nunca vai desistir do sonho que se tornou realidade e jamais fechará o restaurante. “Eu era um menino de rua, eu tenho que lutar por isso”, conclui.
Que belo exemplo de superação e força de vontade, não é mesmo?
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