Os envolvidos podem ter “furado a fila” do plano de imunização, que conta com quatro grupos prioritários para receber a vacina. Saiba mais!
A vacinação no país contra a covid-19 começou com quatro grupos prioritários mas, segundo apurado pelo G1, esse esquema não tem sido cumprido à risca, já que, em pelo menos onze estados e no Distrito Federal, políticos, empresários e funcionários públicos, não pertencentes a esses grupos, receberam doses da CoronaVac nos primeiros dias de vacinação.
Os grupos definidos pelo Plano Nacional de Imunização (PNI) para receber o primeiro lote da vacina são:
- Trabalhadores da saúde (profissionais atuantes na linha de frente, em hospitais, clínicas e laboratórios; em serviços sociais e educação física, médicos-veterinários e técnicos e auxiliares; equipe de apoio, como recepcionistas, seguranças e pessoal da limpeza; cuidadores de idosos, doulas/parteiras e funcionários do sistema funerário que tenham contato com cadáveres potencialmente contaminados).
- Idosos que residem em instituições de longa permanência (institucionalizados).
- Maiores de 18 anos, com deficiência e que vivam em residências inclusivas (institucionalizados).
- População indígena que vive em terras indígenas.
A CoronaVac, produzida pelo Instituto Butatan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, era a única vacina disponível no país nesses primeiros dias, e as doses eram de apenas 6 milhões, número insuficiente para vacinar as pessoas do grupo prioritário.
Portanto, as doses oferecidas aos não pertencentes a esse grupo prejudicaram o plano de imunização.
Os estados e municípios foram responsáveis por distribuir as vacinas, seguindo as orientações contidas no plano.
Agora o Ministério Público está apurando a possível irregularidade nessa distribuição e se essas pessoas realmente “furaram a fila” da vacinação.
As denúncias de irregularidade envolvem pessoas do Distrito Federal, Amazonas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, São Paulo e Sergipe, além do Distrito Federal
Na última quinta-feira (21), a vacinação chegou a ser suspensa em Manaus (AM), após duas médicas, parentes de empresários locais, terem sido acusadas de prioridade na vacinação, mesmo não sendo parte dos grupos prioritários. Em Tupã, no interior de São Paulo, a vacinação também foi interrompida pelo fato de um funcionário da Santa Casa da cidade, que não se encaixa no padrão definido pelo PNI, ser vacinado.
O Ministério Público diz que a irregularidade na vacinação pode incorrer em crimes de prevaricação (omissão de um agente público), improbidade administrativa e dano coletivo. As pessoas que praticarem tal ato podem sofrer punições, como pagamento de multas ou serem detidas.
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