A falta de interesse pelo outro é, muitas vezes, a causa de muitas coisas negativas dentro de uma relação.
Eu escrevo desde criança. Lancei alguns livros digitais e físicos. Isso, numa família de leitores e intelectuais, certamente causaria muito orgulho. Porém, como vivo numa família que não dá muita importância à educação e aos livros, eu causo outros tipos de sentimentos, os quais não convém mencionar, certo?
Não é uma lamentação, é apenas o início de nossa reflexão do dia.
Quando lancei um livro e participei de uma noite de autógrafos, surpreendi minha família porque eles perceberam que eu escrevia mesmo. Provavelmente, nenhum deles sequer o folheou e muito menos visitou algum blog meu.
Aprendi a lidar com isso, tive que aprender. O incentivo à leitura e, posteriormente, à escrita, veio da escola e da faculdade. Amigos, colegas da graduação e até colegas de trabalho tiveram contato com meus textos, mas minha família sempre ignorou o fato de eu escrever.
A falta de interesse pelo outro é, muitas vezes, a causa de muitas coisas negativas dentro de uma relação.
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Uma mãe que não se interessa pelos assuntos de um filho está construindo uma distância que, com o tempo, pode ficar grande demais.
Eu sou muito interessada em games, Pokémon, séries adolescentes e até, com certa relutância, por assuntos relacionados ao Justin Bieber e Anahí, do RDB. Isso me aproxima muito dos meus filhos. Eles comentam seus assuntos preferidos e eu faço comentários. Assisto a vídeos com eles (que certamente eu nunca assistiria sozinha) e me envolvo tanto que quem vê julga que estou me divertindo muito. E estou. Porque estou com meus filhos.
Mas não é assim que acontece na maioria dos casos. Você fala e a pessoa olha para o outro lado ou está passando para outro cômodo da casa.
Você quer mostrar alguma coisa, mas a pessoa está muito interessada no que passa na televisão. Essas pequenas atitudes é que criam as grandes distâncias.
É uma reflexão triste, mas muito necessária, porque se você olhar para a própria vida, vai reconhecer que também faz o mesmo. Você desatende do outro também, olha para o outro lado quando a pessoa fala com você, presta mais atenção à TV do que na pessoa que está sentada ao seu lado. O Whatsapp é mais interessante do que a pessoa real que mora dentro da sua casa!
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Esta é a sociedade dos distanciamentos. Enquanto estamos conectados a pessoas do mundo todo através das redes sociais, estamos desconectados daqueles que convivem conosco diariamente.
Enviamos “olás” indiscriminadamente pelos messengers, mas julgamos desnecessário olhar nos olhos de quem está no mesmo ambiente físico que a gente.
No que nos transformamos? Que tipo de pessoas nós somos hoje? Já é sabido que a falta de afeto impacta negativamente a vida de uma pessoa. Não recebemos atenção e repassamos isso adiante. Deveria ser o contrário, não acha? Compartilhamento de emoções, de interesses, de amor, de respeito.
O excesso de tecnologia é uma das grandes causas dos distanciamentos que são criados entre nós porque nos distrai da vida real.
Desligue um pouco o computador, a televisão e o celular. Vá dar uma volta, visitar alguém e deixe o smartphone em casa. Isso não é uma sugestão, é um apelo!
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