A verdade é que podemos lutar contra a necessidade de ver o que nos afeta e a consequência de nossas atitudes, mas a luz sempre vence.
Percebi, há alguns dias, que uma calça apresentava um pequeno fio puxado e não lhe dei a devida atenção, coloquei-a para lavar e usei-a novamente após alguns dias. Mas, ao pendurá-la, dias após, percebi que o tamanho do fio aumentou, algo irrelevante, até que, contra a luz, sua sombra fazia-o parecer bem maior, então entendi que seria melhor cortá-lo, acabar com aquilo ali antes que estragasse minha peça de roupa.
Esse fato me lembrou algo que ouvi tempos atrás: muitas vezes, permanecemos no escuro porque ver através da luz necessita de uma movimentação em prol de nossa melhoria, o que talvez seja trabalhoso, e nem sempre estamos preparados para isso.
No escuro, também não percebemos a dimensão daquilo que estamos fazendo, então não nos preocupamos com as consequências dos nossos atos, pois parece estar tudo bem. Bastante cômodo, não é? Mas até que ponto?
A verdade é que podemos lutar contra a necessidade de ver o que nos afeta e a consequência de nossas atitudes, mas a luz sempre vence, então, em dado momento, começaremos a ver inclusive o que não gostaríamos, pois isso faz parte da nossa evolução.
Nada resolve nos fingir cegos. Se eu não olhasse para o fio da calça e não tomasse uma atitude, em breve estaria sem poder usar aquela peça.
Encarar nossas provas pode nos render dor e esforço, mas sempre será proveitoso, sempre será para o nosso bem.
Quando estamos no escuro, não percebemos os detalhes maléficos que nos destroem e corroem. Não ligamos porque tudo começa como se não fosse nada, porém se deixarmos de ver aquele detalhe, durante nossa caminhada, ele nos incomodará, e chegará o dia em que sentiremos frio, pois deixamos de praticar o autocuidado, o autoamor, e assim ficará fácil adoecer.
Como no exemplo do fio de minha roupa, com um pouco de luz, percebemos o que nos causa incômodo e pode nos prejudicar. Essa luz pode vir de um amigo, de uma oração, de um insight, assim como eu tive. O fio era pequeno, mas sua sombra era enorme em relação ao que eu via antes. Se eu não encarasse o fato de que ele estava me prejudicando, talvez posteriormente eu sofreria as consequências dessa falta de cuidado.
Mesmo que num primeiro momento possa ser assustador olhar para o que nos causa incômodo e para o que optamos, por tanto tempo, “deixar quieto”, não nos esqueçamos de que existe luz. Então você pensa na espiritualidade maior, que nunca nos desampara. Você se lembra de Deus e tudo vai ficando muito claro.
Ele vai ajudar você a cortar aquele fio puxado, preencher aquele espaço vazio ou terminar aquele antigo projeto. Assim como a calça não será mais a mesma sem aquele fio e eu posso usá-la de outras maneiras, a pessoa que você é hoje também pode se libertar daquela crença limitadora, daquela mágoa, daquela dor, e seguir em frente sem sentir medo.
Olhe para a luz, corte os fios que o estão incomodando. Não deixe de se olhar com cuidado. Não tema, a espiritualidade sempre nos guiará para a felicidade.
Direitos autorais da imagem de capa: KAL VISUALS/Unsplash.