Enfermeiro Massimo Colombi liderou a campanha pelo direito de dizer adeus de forma digna. Lutou contra a pandemia até o último dia de vida e morreu de forma repentina, em casa.
Durante meses de pandemia, já se tornou corriqueiro escutar notícias de pessoas que determinaram padrões e se foram. São artistas, escritores, médicos, enfermeiros, dezenas de profissionais exemplares, que não conseguiram vencer a batalha contra a covid-19 e deixaram apenas seu belo trabalho para trás.
Na frente de todo combate estão os profissionais da saúde, poucos deles são ilustres, mas a grande maioria demonstra coragem e determinação, que deveriam ser seguidos por todos nós. Desde o começo da emergência, em março deste ano, várias famílias passaram pela triste realidade de não poder se despedir dos entes queridos, porque todo contato com pacientes graves é vedado.
Esse tipo de abordagem necessária, porém desumana e dolorosa, impede-nos de fazer uma despedida digna. O mais brutal é que nem mesmo os cemitérios dão esse direito. Com a política de caixão fechado e sepultamento reduzido, nem a cerimônia de despedida supe sua função.
Consternado com essa medida, o enfermeiro Massimo Colombi foi um dos que lutaram por meses para que essas pessoas tivessem o direito de se despedir de familiares e amigos.
Italiano de nascença e atuante em Málaga, na Espanha, Massimo era uma voz forte para a necessidade de uma despedida mais humana e formal. Ele liderava a campanha “O direito de dizer adeus”.
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![Enfermeiro que lutou por direitos de pacientes com covid morre repentinamente. Uma grande perda!](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2020/12/2-Enfermeiro-que-lutou-por-direitos-de-pacientes-com-covid-morre-repentinamente.-Uma-grande-perda.jpg)
O enfermeiro não advogava para que as famílias pudessem visitar os pacientes, mesmo porque ele levava as medidas de biossegurança bem a sério, mas sua intenção era que quem estivesse em situação grave pudesse entrar em contato com os familiares.
A luta dele funcionou e atualmente vários hospitais mundo afora disponibilizam tablet e celulares para as famílias conversarem com os pacientes e poderem se despedir de forma um pouco mais digna.
Nas últimas semanas, Massimo fazia tour por estações de rádio pedindo às pessoas que se conscientizassem e não se aglomerassem no Natal. Na frase mais forte dele, Massimo pedia às pessoas para não tentar salvar o Natal, mas sim que elas salvassem vidas.
Inesperadamente, ele foi encontrado morto em casa, pela esposa, que também é enfermeira. Segundo o jornal italiano Today Itália, a mulher chegou em casa, depois de um turno no hospital, e encontrou o corpo de Massimo, alvo de uma morte repentina, na última segunda-feira, 14. A causa só poderá ser descoberta ao final da autópsia.
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Sem muitas explicações e abalados pela notícia, os colegas próximos de Massimo, do Hospital Regional de Málaga, prestaram-lhe homenagem, nesta semana. Foi respeitado um minuto de silêncio pelos feitos e lutas encampados por ele.
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