Chega um dia, no qual pensamos na vida como ela é. Com todos os seus predicados, adjetivos e substantivos (principalmente os abstratos) e que nos levam a uma reflexão da realidade da qual fazemos parte.
Sim! Porque se não fizermos isso, a vida, de repente, vai se esvaindo!
Sentimo-nos tão sós e nos apavoramos. E tudo isso é muito estranho, porque os bons e os maus passam pelo mesmo processo, sejam jovens ou velhos, ainda que estejam nas nossas lembranças, vão embora cedo demais, porque é sempre algo imaturo.
Quando vemos, tudo se acabou. Acabou-se o tempo, e com ele a vida, as alegrias, as expectativas.
Não fomos capazes de perceber a importância de um segundo a mais, porque não dedicamos tempo ao amor, à compreensão, ao carinho, ao afeto.
Ao invés de usarmos a tecnologia para nos aproximarmos, usamos para nos distanciarmos, e ficamos reféns da solidão que nos cerca, até o momento que descobrimos que aqueles que amamos, acabaram indo embora cedo demais.
Um momento! Um momento apenas e tudo se acabou para todo o sempre. Um segundo e tudo se foi, sem preparo, sem percepção, sem adeus, sem nada. Apenas acabou-se e o pior é a dor que está por vir, ou que começa agora.
Agimos impulsivamente e vivemos a vergonha do nosso egoísmo próprio. Acalentamos-nos na ilusória sensação de solidariedade e nos apoderamos dos sentimentos alheios, vivendo falsas situações de encontros familiares, com amigos, enquanto vivemos a humilhação de nos encontrarmos apenas dentro de nós mesmos, porque não temos tempo para ninguém, a não ser a nossa soberana imagem diante do espelho.
E o pior de tudo, é que todos os anos, de uma forma toda colorida e emocionada, fazemos as mesmas promessas de que amaremos e estaremos presente por toda a vida. E no momento dessas promessas, tudo que nós queremos é um amigo, para que acredite nessas promessas. Sim, porque amigos sempre estão dispostos a nos ouvir e perdoar.
E o tempo passa… Mudamos nossos conceitos e atitudes, as pessoas se vão. Agora já não temos mais nada. Já não temos ninguém. E só queríamos sumir de vez desse planeta… E por quê?
Vergonha, medo, remorso… Sei lá! A verdade é que ainda podemos chorar por aqueles que nos deixaram, mas apenas porque somos seres humanos, dotados de sentimentos que nos diferem de outros animais, não muito, eu creio. O que importa é que as pessoas têm oportunidade de amar sem determinar tempo para isso.
Dizem por aí, que o amor não tem prazo de validade, então, o tempo é esse. O tempo de amar, de abraçar, de declarar ainda que gaguejando “eu te amo”, de colocar em prática tudo aquilo que um dia foi prometido e que pode acabar num piscar de olhos. É tempo de ver a vida com novas perspectivas, porque tudo passa tão rápido que só nos damos conta, quando se acabou. É difícil aceitar o que acabou mesmo porque não estamos preparados para perder. Afinal esperamos que o amanhã seja uma nova oportunidade.
E quem sabe, vamos ser mais tolerantes e dispensar um tempo para as pessoas que amamos? Nunca é cedo para isso, mas pode ser muito tarde.
Aprendemos com dores reais – Maria das Dores Amaral. (saudades)
A melhor maneira de amar uma pessoa é pensar que poderíamos perdê-la para sempre. (Autor desconhecido)
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