É engraçado – e meio assustador – como passa rápido. Ontem eu tinha 15, 18, 21. Já passei da metade dos 20 e certos questionamentos vêm com muita força nesta fase da minha vida.
É inevitável para mim questionar-me acerca de minhas escolhas, meus erros, meus acertos e meus caminhos. É um processo profundo, rico e esclarecedor. Eu sempre preciso me lembrar que a descoberta de minhas verdades é, por sua própria natureza, um trabalho em progresso e permanente.
Mas quem, entre os 25 e os 35, não se questiona sobre os rumos que a própria vida toma?
Quanto mais eu converso com pessoas, recebo emails, mensagens no WhatsApp, de pessoas que acompanham meu trabalho, mais vejo como essa é uma fase especialmente introspectiva.
Essa é uma fase de morte de alguns sonhos e nascimento de outros.
Quantos sonhos você tinha aos 18, que já não fazem mais nenhum sentido para você hoje?
Quantas prioridades mudaram? Quantas pessoas – antes essenciais – deixaram de fazer parte da sua vida?
Quando os 30 se aproximam, a gente se questiona mais que o normal sobre a direção em que estamos caminhando e, até, se estamos de fato caminhando em direção a algum lugar.
Quando eu olho para meus 18 – que nem estão assim distantes – eu me lembro da pessoa que era e me pergunto: quem era você? Aquela pessoa deve ainda fazer parte de mim, em algum lugar aqui dentro, mas sou uma pessoa tão diferente do meu eu de 18, 20, 22, que é como se a cada ano eu me mudasse de mim mesmo.
É quase cômico olhar para todas os momentos do passado em que, conforme eu me conhecia mais, eu acreditava que então todos os meus problemas acabariam.
Tal qual passe de mágica, algo mudaria simplesmente porque eu havia descoberto isso ou aquilo sobre mim mesmo. Sorrio só de pensar na minha inocência…
Ao olhar para a vida hoje, vejo como o que importa são nossas relações – primeiro conosco e depois com os outros – e nossas verdades. A busca por descobrir e viver nossas verdades é das responsabilidades mais sagradas que temos.
E nesses anos entre o meio dos vinte e o meio dos trinta, nos perguntamos ainda mais profundamente sobre nossas verdades mais autênticas.
Olhamos no espelho da vida e em seu reflexo, queremos ver quem está por trás de nossas máscaras. Máscaras. Aparências. Expectativas nossas e dos outros. Às maiores inimigas de nossas verdades mais profundas.
Quanto mais nos dissociamos dessa busca por corresponder às expectativas de outras pessoas sobre nós, quanto mais nos voltamos para aquilo que queremos, que desejamos mais ardentemente, que precisamos para nosso bem-estar, mais confortáveis somos em nossas próprias peles.
Para lidar com as dores do período entre os vinte e tantos e os trinta e tantos, prescrevo-lhe a verdade. Seja verdadeiro consigo. Ouça suas verdades e diga suas verdades. Diga pra si mesmo. Ouça a si mesmo. Siga às verdades de si mesmo.
Não há mistérios, não há grandes fórmulas. Conhece-te a ti mesmo, descubra e viva suas verdades. E seja finalmente livre.
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