Um novo artigo a nível global revela que as mulheres e os jovens adultos são as pessoas que mais sofrem de ansiedade.
O artigo foi publicado online na revista Brain and Behavior, e diz que a propensão das mulheres de viverem ansiedade é o dobro da dos homens. Essa discrepância pode acontecer porque os cérebros e hormônios femininos e masculinos são diferentes, e porque tendem a lidar com o estresse de forma diferente, de acordo com a principal autora do trabalho e candidata a doutorado na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, Olivia Remes.
O estudo também mostra que as pessoas com menos de 35 anos e que vivem na América do Norte e Europa Ocidental são as mais propensas a sofrerem de ansiedade.
“Nosso estudo mostra quais grupos em todo o mundo são mais propensos a desenvolver transtornos de ansiedade, de modo que os recursos do serviço de saúde, rastreio e esforços de tratamento possam ser direcionados para esses grupos de alto risco”, disse Olivia.
“A ansiedade não recebeu muita importância na pesquisa em saúde mental e em geral”, acrescentou. “Houve um grande foco na depressão, que é um importante problema de saúde mental, mas a ansiedade é igualmente importante. É debilitante. Ela pode levar ao suicídio e está associada a altos custos para a sociedade.”
Olivia, junto aos coautores do estudo, analisaram 48 artigos científicos sobre transtornos de ansiedade de todo o mundo. Tiveram como foco a prevalência ou a proporção de pessoas com esses distúrbios entre 1990 e 2015.
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Eles notaram muitas tendências de prevalência da ansiedade em categorias como idade, cultura e região e gênero.
Os pesquisadores estimaram que quatro em cada cem pessoas experimentam ansiedade em todo o mundo.
Julian Somers, professor associado de ciências da saúde na Universidade Simon Fraser em Canadá dá foco a analisar e considerar como as desigualdades entre vários grupos, por exemplo homens e mulheres ou pessoas de diferentes idades podem contribuir para o aumento dos transtornos de ansiedade. Julian é coautor de um dos primeiros artigos internacionais que relatam as diferenças de gênero na ansiedade. Em sua opinião, as novas descobertas continuam a confirmar que a ansiedade pode estar relacionada a estressores específicos, como dependência, gravidez ou outras condições de saúde.
Julia Remes disse que, apenas de suas descobertas, muitas pessoas ao redor do mundo sofrem ansiedade, independente de características específicas.
“Nosso estudo ajuda a esclarecer a seguinte questão importante: a ansiedade é comum, não só em pessoas com doenças crônicas graves, como câncer, diabetes e doenças cardíacas, mas frequentemente se desenvolve em jovens saudáveis”, disse Remes.” Uma vez que ela se desenvolve, pode levar a uma série de resultados negativos.
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A ansiedade pode se desenvolver em qualquer pessoa, independentemente da idade, gênero, etnia ou raça, e afeta populações ao redor do mundo.”