Eu fui um péssimo marido.
E não porque eu sou um idiota, ou abusivo, ou particularmente difícil de se conviver.
Eu fui um marido péssimo porque não respeitei os pensamentos e sentimentos de minha esposa sobre as coisas que eu achava erradas. Quando duas pessoas discordam, ambas pensam que estão certas. O que, automaticamente, torna a outra pessoa errada.
Mas às vezes não há “certo”. Às vezes, ninguém está “errado”.
Você gostou do filme. Ela não. Ela gosta de dançar salsa. Você não. Ninguém está certo ou errado. Mas nós tratamos um ao outro como se alguém estivesse errado.
Eu fui um marido péssimo porque prometi a ela na frente de centenas de pessoas que iria amar e honrá-la todos os dias da minha vida. Nos bons tempos, e nos ruins. E eu não fiz isso. Eu não fiquei com ela nos maus momentos, porque não quis. Porque não era fácil ou conveniente.
Durante anos, eu coloquei meus desejos e necessidades à frente dos dela. Eu me colocava em primeiro lugar em todas as “pequenas coisas”. Discordâncias sobre trabalho doméstico, gerência de horários, e a logística de cuidar de nosso filho.
Ela tentou falar comigo sobre isso. Mas eu não ouvi.
Eu a achava irritante. Reclamona. Carente.
Eu pensava que era uma boa pessoa, que fazia sacrifícios por ela, que era um bom marido. Eu pensava que porque não fazia um monte de coisas ruins, era automaticamente um bom marido. Eu não percebi até muito tarde que: Bons homens podem ser maus maridos. Assim como homens de bem podem ser ruins em projetar pontes, ou na pintura.
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Nós não queremos ouvir coisas ruins sobre nós mesmos. Especialmente daqueles por quem acreditamos nos sacrificar. Então, quando nos falam essas coisas, nós não ouvimos. Nós justificamos nosso comportamento. O racionalizamos. Ficamos na defensiva. E com raiva.
Nós discordamos, e dizemos que estão errados. Às vezes, dizemos-lhes que estão loucos. Às vezes, levantamos nossas vozes ou fazemos ofensas.
O divórcio é a grande crise social do nosso tempo, e as pessoas não falam o suficiente sobre isso.
Eu contei a minha história para que talvez outras pessoas não se divorciem como eu.
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Traduzido pela equipe de O Segredo – Fonte: Thought Catalog